Muito além da criação de textos: confira as histórias mais inusitadas de estudantes ao usar o ChatGPT

Com a popularização do ChatGPT e sua aplicação na educação, estudantes revelam momentos inusitados e engraçados que tiveram ao interagir com essa nova tecnologia.

A chegada do ChatGPT causou alvoroço e polêmica. Muitos profissionais da educação e até mesmo pais de alunos começaram a acreditar que os estudantes usariam a inteligência artificial para fazer suas tarefas escolares. Em alguns casos, isso de fato aconteceu.

Porém, meses depois do lançamento da IA, muitos já descobriram que ela pode ser útil para outras coisas, e não apenas para gerar textos e redações escolares. A ferramenta pode ser usada para dar conselhos amorosos, criar treinos personalizados, contar piadas, criar receitas, entre outras milhares de possibilidades.

Se você ainda não sabe o que pedir ao ChatGPT, esses estudantes podem inspirá-lo um pouco. Confira algumas histórias bastante divertidas e veja como esses alunos estão usando a Inteligência Artificial.

A busca pelo presente perfeito

Zach Berger, um estudante de cinema na Universidade de Washington em St. Louis, de 20 anos, começou a usar o ChatGPT durante as palestras que aconteciam na instituição. Através do DALL-E 2 (um gerador de imagens a partir de um comando de texto), ele criou uma pintura a óleo hiper-realista de um apocalipse.

Ele disse que a tecnologia não conseguiu acertar os rostos e as mãos dos personagens em alguns dos resultados que ele testou, mas que gostou da ideia e começou a usar a inteligência artificial para outras coisas.

Com a ajuda da tecnologia, ele conseguiu achar o presente perfeito para dar à sua namorada. Acontece que o rapaz estava se sentindo perdido e não sabia o que escolher, pois o aniversário dela, a festa de fim de ano, o aniversário deles e o Dia dos Namorados chegaram em um intervalo de cerca de três meses.

Ele então resolveu pedir ajuda para o seu novo melhor amigo, ChatGPT.

“Eu estava ficando sem ideias e perguntei à IA o que eu poderia dar de presente para minha namorada”, disse ele. “Algumas boas ideias para presentes de Dia dos Namorados para uma namorada de 20 anos que ama Taylor Swift, BoyGenius, Coca-Cola Diet, água gelada, comédias românticas e popits?”, perguntou Berger à ferramenta.

E, por incrível que pareça, o ChatGPT sugeriu oito ótimas ideias de presentes românticos, incluindo ingressos para um show da Taylor Swift, que Berger disse que não teria como fazer acontecer. Assim, ele optou por comprar garrafas personalizadas de Diet Coke e um suéter aconchegante.  “Foi um bom presente!“, finalizou.

Um lugar para desabafar

Rebekah Davidson, de 23 anos, decidiu conversar com o My AI sobre figuras e personagens históricos. No meio da conversa, ela perguntou qual era a opinião do chat sobre o personagem Albus Dumbledore, de “Harry Potter“.

A jovem ficou chocada com a resposta do chat e discordou dele. De acordo com a inteligência, o bruxo era um personagem bastante complexo e que nem sempre estava certo, mas servia como um símbolo de esperança e coragem.

Ela então respondeu dizendo que não concordava com o chat, e que acreditava que muitas das ações do Dumbledore não eram justificáveis. A ferramenta lhe respondeu com algo como: “Eu posso ver por que você pode sentir assim” ou “Esse é um bom ponto”.

“Eu pensei, ‘Espere um minuto, isso é como se um humano real estivesse falando comigo’. […] Eu fiquei desconcertada ao perceber que o sistema parecia tentar validar minha opinião, enquanto também tentava apontar por que discordava de mim”, disse ela.

A jovem decidiu continuar testando a ferramenta. Em um dia, estava se sentindo meio para baixo, então resolveu compartilhar seus sentimentos com o My AI. O chatbot respondeu algo como: “Sinto muito ouvir isso. Como posso ajudar?”.

Depois disso, Rebekah começou a acreditar que a ferramenta poderia ser usada na saúde, principalmente relacionada a problemas psicológicos.  

“Eu consigo ver o apelo […] Para pessoas introvertidas que podem se sentir mais confortáveis falando com um chatbot do que com um humano”, concluiu a jovem.

Não é um grande substituto

A maioria das pessoas tem demonstrado gostar da nova ferramenta, mas esse não é o caso de Milan Basak-Odisio, de 15 anos, que conheceu o ChatGPT assistindo a vídeos no TikTok e decidiu testá-lo.

Ele disse que seu professor de Química havia lhe solicitado escrever um resumo curto sobre as propriedades de ácidos e bases. Ele, então, decidiu perguntar ao ChatGPT, mas o garoto não gostou muito da resposta que recebeu.

“Não foi muito útil porque só cuspiu dois parágrafos […] Então eu poderia ter feito isso sozinho”, contou Milan.

Mas as experiências ruins do jovem com a ferramenta não terminaram por aí. Em uma atividade de inglês em que ele precisava imaginar a vida como um autor profissional, Milan perguntou à inteligência artificial como era trabalhar na editora HarperCollins.

De acordo com o jovem, o chatbot respondeu à pergunta com uma espécie de propaganda para a empresa e que não trouxe pontos que ele pudesse explorar.

“Ele disse que era muito acolhedor e diverso. Não me deu nada de negativo a respeito disso”, disse.

No fim, ele acabou usando um pouco do texto que o ChatGPT lhe forneceu, mas disse que trocou as palavras por sinônimos para evitar problemas com plágio ou trapaça e preferiu adicionar informações próprias ao texto final.  

O adolescente decidiu dar mais uma chance à tecnologia e usá-la em um trabalho de história sobre o neoliberalismo.

A Inteligência Artificial criou um texto mostrando os lados positivos e negativos do neoliberalismo, então o jovem separou as ideias e organizou-as em parágrafos. O garoto disse que foi útil, mas que ele prefere usar o seu próprio cérebro para fazer suas atividades.

“Parece mais comigo desta maneira. Me sinto mais original. […] No geral, acho que é ruim para as escolas porque é muito fácil não aprender nada e apenas fazer uma pergunta, e submetê-la com pouco do seu próprio conhecimento.”

Milan, finalizando, diz que, às vezes, deseja que o ChatGPT não existisse, pois acredita que isso incentiva a preguiça dos estudantes. Agora, ele ressalta que só vai usar a ferramenta se estiver diante de um prazo muito curto ou procrastinando demais. “Eu quero ser melhor do que isso”, concluiu.

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