Mocap: conheça a tecnologia que ganhou espaço nas produções de Hollywood
O mocap surgiu anteriormente como forma de análise dos movimentos de seres humanos e animais.
“Avatar: O Caminho da Água” está fazendo um enorme sucesso pelo mundo todo. Não é à toa que ele está entre os 10 filmes de maior bilheteria da história do cinema. Além da história envolvente do mundo utópico em que os personagens vivem, o filme conta com efeitos especiais de tirar o fôlego de qualquer um.
Para realizar esses efeitos especiais, em sua maioria, ocorre uma captura de movimento que recebe o nome de mocap. Essa tecnologia já está no mundo cinematográfico há anos e evoluiu bastante.
A evolução do mocap no mundo cinematográfico
O mocap surgiu no século XIX, para compreender melhor a forma como seres humanos e animais se movimentavam. Isso tudo antes mesmo de o cinema aparecer na história do mundo. Assim, antes de entrar no universo dos filmes, utilizavam-no em esportes, videogames e até mesmo na biomecânica.
O primeiro projeto audiovisual a utilizar essa tecnologia foram os curtas-metragens produzidos por Max Fleischer, em 1915. Depois de Fleischer, quem passou a usar esses instrumentos foi ninguém menos do que Walt Disney. O primeiro filme da Disney que ganhou reforço da tecnologia foi “A Branca de Neve e os Sete Anões”, de 1937.
Como funciona?
O mocap funciona por meio dos movimentos feitos pelos atores, transformando-os em animações. É por isso que os atores gravam as cenas com equipamentos como macacões e algumas bolas espalhadas pela roupa, que demarcam os movimentos feitos por esses atores.
Essa tecnologia passou a ganhar bastante espaço em Hollywood, onde alguns filmes eram feitos de forma exclusiva com essa tecnologia, principalmente animações. Apesar de ser bem caro, o resultado recompensa todo o investimento feito na criação dos filmes.
Em 2001, no filme “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, utilizaram o mocap em tempo real. Ou seja, o ator que estava utilizando os equipamentos poderia estar em cena junto aos demais. Antigamente, isso não acontecia, portanto, as gravações ocorriam separadamente. Graças ao avanço da tecnologia, isso agora é possível.
Em animações, pode-se considerar os efeitos do mocap como extremamente realistas, como é possível conferir no filme de sucesso “O Expresso Polar”. Porém, o abuso dessa tecnologia, algumas vezes, pode fazer com que o filme fique bastante artificial e nitidamente computadorizado, perdendo toda a “magia”.
Alguns filmes que souberam usar os efeitos do mocap receberam muitos prêmios, como o filme “Happy Feet”, de 2006, que levou a estatueta do Oscar de Melhor Animação. Naquele ano, na premiação, competiam também “Carros”, da Pixar, e “A Casa Monstro”, da ImageMovers.
‘Avatar’ e a tecnologia mocap
No primeiro filme da franquia de “Avatar”, o diretor James Cameron introduziu um novo sistema, que ganhou o nome de “câmera virtual”. Seria uma nova fórmula para gravar os filmes que utilizam a tecnologia de mocap. Esse novo jeito impressionou outros diretores famosos, como Steven Spielberg.
Assim, a nova fórmula possibilitava a Cameron assistir à atuação dos atores em CGI que eram feitas em tempo real, enquanto o aparelho tecnológico capturava os movimentos, assim como as expressões faciais. Cameron apelidou a câmera virtual de “forma de criação pura”. Veja abaixo um vídeo do processo criativo do uso de mocap:
O filme que melhor fez uso da tecnologia até então havia sido “Planeta dos Macacos: A Origem”, em 2011, que recebeu muitos elogias na época de seu lançamento. Por conta desse longa, o Oscar recebeu diversos pedidos para incluir uma categoria especialmente para filmes que utilizam a tecnologia de mocap.
O diretor James Cameron, por exemplo, até optou por esperar 13 anos para gravar a sequência de “Avatar”, aguardando mais avanços dessa tecnologia.
Enfim, essa técnica é bastante utilizada no universo cinematográfico, e a Sony acabou lançando um novo produto chamado “Mocopi”, que dá a oportunidade de qualquer um utilizar a tecnologia em avatares no metaverso.