Estudo aponta possibilidade de transformar o vapor dos oceanos em água doce
Pesquisadores da Universidade de Illinois (EUA) publicaram estudo sobre equipamento que pode realizar essa transformação.
A água doce, um dos recursos mais importantes para a vida humana, também está no grupo dos bens naturais limitados. Com o aumento da população mundial e as mudanças climáticas, é de conhecimento da comunidade científica – e civil – a necessidade de pensar em formas de utilizar a água do mar.
Em um recente estudo publicado na revista Nature, pesquisadores da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (EUA) falam sobre uma nova técnica que pode transformar o vapor localizado acima dos oceanos em água doce.
De acordo com os cientistas:
“A falta de acesso adequado à água doce em vastas regiões do globo, representa um grande desafio para o nosso tempo que precisa de uma solução ousada e imediata.”
Dessa forma, o processo aconteceria por meio de um equipamento que “imitará” o ciclo natural da água.
O procedimento ocorreria da seguinte maneira: o ar oceânico seria transportado para uma costa, onde estariam os sistemas de resfriamento responsáveis por condensar o vapor de água, transformando-o em líquido.
Por se tratar de um projeto ecológico, o sistema utilizaria fontes de energia renováveis, como eólica ou solar.
Segundo o estudo, a possibilidade da transformação do vapor em água doce tornaria este recurso muito menos limitado, possibilitando acesso à água em diferentes áreas do planeta.
Além disso, traz uma expectativa positiva em relação à falta de água decorrente ao desperdício desse recurso e modificações no clima na Terra.
Mudanças climáticas
Em entrevista, a engenheira ambiental Afeefa Rahman, coautora do estudo, afirmou que:
“As projeções climáticas mostram que o fluxo de vapor oceânico só aumentará com o tempo, fornecendo ainda mais abastecimento de água doce.”
Nesse contexto, ainda de acordo com Rahman, o objetivo que o estudo propõe “será viável sob a mudança climática“, como uma adaptação diante das transformações do planeta, “particularmente para populações vulneráveis que vivem em regiões áridas e semiáridas do mundo”.
Em suma, o projeto também surge como uma alternativa às usinas de dessalinização ou até mesmo como um auxílio para que trabalhem em conjunto no futuro. De acordo com o levantamento feito pelos pesquisadores, o processo possui potencial para abastecer grandes centros urbanos.