Especialistas atestam: saber dizer ‘não’ é benéfico para a sua saúde mental

O simples ato de dizer “não” pode ser difícil para muitas pessoas. Por vezes, aceitamos fazer coisas que vão contra a nossa essência e vontade apenas para não desagradar alguém.

Porém, fazer isso pode custar a saúde mental tanto de quem não sabe negar quanto de quem sempre recebe o que quer. Pensando nisso, especialistas afirmam que a necessidade de sermos aceitos nos sujeita a situações conflitantes.

Portanto, nessas ocasiões, colocamos o interesse da outra pessoa acima dos próprios, muitas vezes causando frustrações em diversas escolhas.

Fatores associados e riscos

O professor de psicanálise Ronaldo Coelho destaca que o “não” ajuda a desenvolver uma espécie de musculatura emocional. Desse modo, isso auxilia no combate às frustrações e nos ajuda a lidar com situações de negação.

O professor, juntamente com o psicólogo Maycon Rodrigo Torres, afirma que a falta de negação pode apagar o julgamento das pessoas sobre os próprios desejos.

Com isso, o indivíduo é levado à necessidade de ser aceito pelo olhar alheio e se torna incapaz de tomar decisões importantes em sua própria vida. Isso porque se sente sempre pressionado pelo medo do julgamento de outra pessoa.

Isso pode impactar diferentes áreas, como no ambiente de trabalho ou nos estudos. A psicóloga e especialista Luana Ganzert explica que a falta da prática de dizer “não” se associa ao desenvolvimento da insegurança, ansiedade e baixa autoestima, afetando até mesmo a vida financeira das pessoas.

Dicas para aprender a dizer não

Nem todos possuem a capacidade natural de negar, mas isso pode ser desenvolvido. Em seu livro “Sim ou Não – A Difícil Arte de Colocar-se em Primeiro na sua Vida”, a psicóloga Gislene Erbs dá dicas de como aprender a dizer “não” sem custar sua saúde mental e sem agir de maneira grosseira.

Com base em anos de estudo e clínica, Gislene pôde desenvolver métodos para lidar com a frustração da falta de negação. Para ela, um dos primeiros passos é aceitar que dizer “não” não se relaciona ao egoísmo ou à má educação, mas, sim, à imposição de limites e respeito às vontades próprias.

A psicóloga ainda afirma que é preciso reconhecer alguns fatores que levem a isso. Dentre eles, estão a baixa autoestima, o medo de rejeição, a ansiedade, a falta de habilidade social, entre outros.

A autora do livro sugere que as pessoas primeiro tentem compreender quais são suas verdadeiras vontades e que se valorizem, desenvolvendo o autoconhecimento e a autoestima.