Novo estudo mostra evidências da mais antiga extinção em massa do planeta Terra
Acreditava-se que fossem apenas cinco extinções, mas pesquisadores sugerem um sexto e mais antigo evento catastrófico.
A história da vida na Terra sempre foi repleta de fenômenos que desafiavam a evolução das espécies e colocavam em risco todas as já existentes.
Esses eventos catastróficos foram causados por diversos fatores, sendo que são conhecidas apenas cinco extinções em massa. Pelo menos era o que os cientistas acreditavam até a nova descoberta.
Isso porque um estudo recente conseguiu juntar evidências sobre um possível sexto evento de extinção em massa. Sendo, na verdade, o primeiro de todos eles.
Além disso, parece ter ocorrido antes mesmo da explosão Cambriana, que ocorreu há cerca de 538 milhões de anos.
A primeira extinção da história da Terra
Scott Evans, paleontólogo da Virginia Tech, e seus companheiros publicaram, no ano passado, dados que indicam uma extinção em massa ocorrida há cerca de 550 milhões de anos, no período Ediacarano.
Eles usaram dados obtidos pelo estudo de fósseis raros desse período e viram que a diminuição de biodiversidade já detectada não era apenas causas de vieses.
Argumentos que sustentam as observações
Grande parte da vida marinha desse período era composta por animais de corpo mole. Essas partes moles não possuem tanta facilidade de fossilização, assim, era fácil concluir que a falta de animais de corpo mole após o período geológico se dava pela dificuldade na preservação dos fósseis.
Porém, os pesquisadores observaram um aumento de biodiversidade, mudança na forma de alimentação e no hábito de vida entre dois estágios do Ediacarano, o estágio Avalon (de 575 a 560 milhões de anos) e o Mar Branco (de 560 a 550 milhões de anos).
Alguns animais móveis surgiram nesse período. Antes, apenas animais sésseis, que ficam fixos no chão, eram conhecidos. Entre o estágio do Mar Branco e fim do Ediacarano, com o estágio Nama (550 a 539 milhões de anos), 80% das espécies desapareceram.
Dos 70 grupos conhecidos na fase intermediária, apenas 14 foram observados no último período, com perdas de hábitos de vida e modos de alimentação.
Os cientistas descartaram a substituição de seres por predadores mais evoluídos por falta de sobreposição temporal entre as espécies. A equipe explica:
“O declínio na diversidade entre essas assembleias é indicativo de um evento de extinção, com a porcentagem de gêneros perdidos comparável à experimentada por invertebrados marinhos durante as extinções em massa dos Big 5.”
Os animais que sobreviveram a essa extinção eram grandes. Além disso, tinham uma área de superfície capaz de se adaptar com a diminuição de oxigênio presente no mar. Com uma área de contato maior, mais facilidade há em encontrar o recurso necessário para a vida do período: o oxigênio.
Estudos anteriores apoiam as evidências atuais, mostrando uma ligação entre a renovação biótica e mudança ambiental e essa extinção em massa, já que essas modificações ocorreram nos outros registros desses grandes eventos.