Hubble comprova que galáxia parece ter saído do filme ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’

Apesar de ter sido superado por James Webb, o telescópio Hubble continua operando e, mais do que isso, apresentando descobertas surpreendentes.

Há cerca de um ano, ocorreu o lançamento do grande telescópio James Webb, que permitiria uma gama de imagens mais detalhadas do Universo. O satélite foi desenvolvido como uma forma de superar o antigo maior satélite para captar imagens, o famoso Hubble.

Entretanto, mesmo que James Webb permita de fato imagens com qualidade maior, além de uma maior visão do espaço como um todo, um de seus “poréns” é que, ao contrário do Hubble, ele está em um campo gravitacional ainda ligado à Terra, mas não é possível realizar reparos.

Sendo assim, logicamente, as agências espaciais não iam simplesmente “aposentar” um satélite, como alguns esperavam que acontecesse com Hubble. Na realidade, o satélite continua por aí, firme e forte, inclusive proporcionando descobertas sobre o espaço profundo.

Nova imagem do Hubble mostra uma ‘galáxia’ curiosa

Recentemente, na grandiosa cerimônia do Oscar 2023, tivemos o grande filme “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” como o grande vencedor da noite.

Em reverência a isso, o comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA) categorizou a galáxia Z 229-15 como “Tudo em um só lugar ao mesmo tempo”. Mas, afinal de contas, qual é a importância dessa galáxia?

A questão aqui é que, conforme a referência feita no comunicado, a Z 229-15 é categorizada de muitas formas ao mesmo tempo. Isso acontece porque o objeto celeste é uma galáxia, um buraco negro supermassivo e um quasar.

Mas, tal qual o filme estrelado por Michelle Yeoh, são muitas informações confusas ao mesmo tempo. Sendo assim, vamos aos poucos. Primeiro a imagem do Z 229-15.

Z 229-15
Imagem: ESA/Hubble & NASA, A. Barth, R. Mushotzky

Agora, vamos do mais compreensível para o mais complicado. O Z 229-15 é considerado várias coisas ao mesmo tempo, a primeira delas é a mais simples de compreender: uma galáxia.

Todos sabemos como elas funcionam. É um aglomerado de estrelas, planetas, poeira e gás que estão interligados por um mesmo campo gravitacional.

A partir daqui, começa a complicar um pouco, pois, como todos também devem saber, geralmente, no centro das galáxias, há um buraco negro. No entanto, é aqui que o Z 229-15 começa a se diferenciar das outras galáxias, pois ele possui um Núcleo Galáctico Ativo.

O que é Núcleo Galáctico Ativo e como ele influencia o Z 229-15?

Essa definição é dada para os centros de galáxias que possuem um buraco negro supermassivo. Ou seja, objetos desse tipos, quando no centro de uma galáxia, possuem um brilho fora do comum.

Nesse momento, você se pergunta: mas buracos negros não brilham, correto? Isso mesmo, está corretíssimo. A questão é que sua força gravitacional é tão grande que ele forma um enorme disco em torno de si.

Logo, a matéria presente nesse disco é aquecida a um ponto tão gigantesco que emite enormes quantidades de energia, ou seja, luz.

E é exatamente essa luz que dá a ele a sua terceira característica, um quasar. A questão dos quasares ainda é um pouco delicada por conta de não haver muito consenso sobre essa característica.

Mas, por conta disso, os quasares são um Núcleo Galáctico Ativo, o qual emite uma luz suficiente para ofuscar as estrelas de sua galáxia. Além de estar muito distante da Terra. Com isso, queremos dizer extremamente distante.

Porém, como pode ser visto pela imagem acima, o Z 229-15 ainda permite uma visão das suas estrelas. Portanto, foi classificado como uma galáxia Seyfert.

Ou seja, no final das contas, os responsáveis pelo comunicado não estavam nem um pouco errados com a comparação feita entre a nova galáxia e o filme ganhador do Oscar 2023.

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