'Black Mirror': 6ª temporada se distancia do futurismo tecnológico; criador defende mudança

Charlie Brooker, criador e produtor-executivo de 'Black Mirror', falou sobre a sexta temporada, destacando a mudança de tonalidade em relação aos episódios anteriores.

A série “Black Mirror”, conhecida por sua abordagem futurista e pela crítica aos avanços tecnológicos, retornou com sua sexta temporada. No entanto, dessa vez, os novos episódios apresentam uma temática diferente, afastando-se um pouco do foco nas tecnologias e suas consequências negativas.

O criador e produtor-executivo da série, Charlie Brooker, compartilhou sua perspectiva em uma entrevista, explicando que “Black Mirror” nunca foi sobre a tecnologia em si, mas sobre os problemas causados pelo uso inadequado por parte da pessoas.

Além disso, Brooker ressaltou que muitas vezes a série foi rotulada como “anti-tecnologia”, o que ele considera frustrante.

Ele ainda afirmou que o objetivo de “Black Mirror” sempre foi o de retratar as questões humanas por trás do uso da tecnologia, evidenciando as falhas e os problemas de comportamento. A série não pretende demonizar a tecnologia em si, mas explorar como as pessoas lidam com ela.

A sátira continua presente

Apesar da mudança, a temporada mantém a sátira característica de “Black Mirror”. Um exemplo disso é “Joan is Awful”, o primeiro episódio, que brinca com a ideia de assistir a uma série de streaming. Outro episódio, intitulado “Loch Henry”, brinca com o gênero “true crime”.

Essas histórias continuam a refletir sobre a sociedade e a mídia, ampliando o escopo das críticas apresentadas pela série. Brooker revelou em entrevistas anteriores que chegou a experimentar uma inteligência artificial  para fazer seu trabalho, porém não ficou satisfeito com os resultados.

Essa busca por inovação e experimentação mostra o comprometimento do produtor em explorar diferentes abordagens narrativas, mesmo que nem todas sejam bem-sucedidas.

Uma temporada de reinvenção

Um dos aspectos interessantes da temporada é o episódio “Demon 79”, que a finaliza. Esse capítulo propõe uma abordagem intencionalmente distante da tecnologia, sendo comparado a um “Red Mirror”, um entretenimento paralelo sem a tradicional analogia de “Black Mirror” presente no título original.

Brooker explicou que essa mudança visa ao reinício das perspectivas dos espectadores, permitindo uma nova visão sobre os demais episódios da temporada. A temporada atual da série já está disponível na Netflix.

Os fãs da série terão a oportunidade de explorar esses episódios, que se afastam do futurismo tecnológico, mas mantêm a essência provocadora e reflexiva que conquistou milhões de espectadores em todo o mundo.

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