Tinder banalizou as relações? Ou as pessoas banalizaram o Tinder?

Quando pensamos no Tinder, pensamos no match, em encontros e flertes. Mas quando se utiliza, são os encontros ou os matchs que acontecem?

É inegável a influência que o Tinder tem nos relacionamentos hoje em dia, ou ao menos em quem busca por um. Sendo assim, o aplicativo lançado em 2012, rapidamente, tomou proporções mundiais em sua popularidade, visto que era uma forma fácil e rápida de conseguir um encontro ou conversar despretensiosamente com alguém, na maioria das vezes, trocando flertes.

Contudo, qual é a real mudança que o Tinder trouxe para os relacionamentos? Antes, para conseguir sair com alguém, era de fato necessário sair. Agora, basta abrir o aplicativo e deslizar o dedo para a direita sobre a tela, nas fotos de pessoas que você acha atraente, e para esquerda, em quem não acha.

Se der sorte, uma pessoa que você achou atraente, também se interessaria por você, e então aconteceria o match. Mas o que é o match? Essa palavra, quando traduzida diretamente, pode significar tanto “combinar”, quanto “corresponder” e até mesmo “dar partida”.

Já os falantes da língua inglesa sabem que seu significado mais comum, e o empregado no aplicativo, é o de combinar. Dar “match” significa que algo é similar a outra coisa ou, nesse caso, que pessoas possuem coisas em comum.

Atualizações recentes do aplicativo contam com opções de tags, que permitem que você deixe registrado quais os seus gostos, além da já presente desde o início, a bio. Essa opção permite que os usuários deixem uma pequena biografia expressando o que desejam e como são, a fim de, dar match com alguém.

Contudo, a questão é… Quem realmente lê a bio, ou confere se suas tags são equivalentes às das pessoas que lhe interessam? Segundo muitos usuários, o ato de ficar passando as fotos de pessoas que interessam e que não interessam é a diversão do aplicativo.

Ou seja, quem faz uso do Tinder, por vezes, não está interessado em encontrar alguém para conversar, flertar ou até ter um encontro, mas, na realidade, estão apenas atrás daquela dopamina momentânea que é liberada ao perceber que você deu um match com alguém.

Essa momentaneidade não é exclusiva do Tinder, também vê-se exemplos de busca da dopamina em outras redes sociais, como Facebook, Instagram e Twitter. Sejam por meio de likes, reações em stories, ou comentários.

Essa sensação de prazer momentâneo se tornou de tão fácil acesso que a busca deixou de ser atrativa para as pessoas, levando a uma nova forma de se relacionar.

É interessante pensar que alguns usuários do Tinder possam ter achado seus parceiros ideais, trocando mensagens e conhecendo novas pessoas, enquanto alguns outros se acomodaram em colecionar matchs e se perderam da real intenção das redes sociais, que é aproximar relações.

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