Descoberta arqueológica sugere que há 500 mil anos já construíamos casas
Novas evidências arqueológicas indicam a possibilidade de habitações humanas remontarem a meio milhão de anos. Descoberta desafia concepções prévias sobre as primeiras residências da humanidade.
A busca pelas origens da humanidade é constantemente enriquecida por descobertas arqueológicas reveladoras.
Recentemente, uma descoberta fascinante desdobrou-se no panorama da história humana: vestígios arqueológicos indicam a possibilidade de as primeiras casas terem surgido há cerca de 500 mil anos.
Esse achado revolucionário, fruto de escavações meticulosas e análises precisas, traz novos detalhes sobre os primórdios da civilização, desafia nossas concepções sobre a complexidade e a antiguidade das estruturas habitacionais de nossos ancestrais.
Arqueólogos descobrem casas de 500 mil anos atrás
Um grupo de pesquisadores liderado por Larry Barham, da Universidade de Liverpool, conduziu escavações em Kalambo Falls, localizado na Zâmbia, em 2019, revelando descobertas surpreendentes sobre os hábitos dos povos pré-históricos.
Durante a escavação, encontraram um artefato de madeira que provavelmente era usado como uma ferramenta de escavação.
Contudo, o que mais chamou a atenção foi a descoberta de dois troncos de madeira entrelaçados, indicando a possibilidade de terem sido parte de uma estrutura maior, como uma habitação ou algo similar.
A análise desses artefatos revelou que foram enterrados há cerca de 476 mil anos, datando de um período anterior à evolução do Homo sapiens, possivelmente associados ao Homo heidelbergensis, uma espécie ancestral dos humanos modernos.
O arqueólogo Geoff Duller, da Universidade de Aberystwyth, utilizou uma técnica de luminescência com infravermelho para determinar a idade dos artefatos descobertos.
Equipe de arqueólogos escavando a estrutura de madeira na Zâmbia — Imagem: Larry Barham / Universidade de Liverpool
Esta descoberta, publicada na revista Nature em setembro de 2023, sugere uma perspectiva fascinante sobre os povos pré-históricos, indicando que alguns deles poderiam ter optado por construir estruturas fixas e melhorar seus ambientes, desafiando a ideia anterior de que esses grupos eram predominantemente nômades.
Embora essa descoberta tenha gerado considerável entusiasmo e interesse na comunidade científica, a função exata dessas estruturas de madeira ainda é incerta.
Alguns especialistas especulam que poderiam ter sido habitações, enquanto outros sugerem a possibilidade de serem passarelas elevadas, projetadas para manter alimentos secos ou oferecer proteção.
Independentemente da finalidade específica, essa descoberta lança novos conhecimentos sobre o comportamento dos seres humanos pré-históricos, destacando a complexidade e a capacidade de inovação desses povos antigos.