Solução radical? Governos discutem estratégia inovadora para frear aquecimento global
Governos mundiais tentam encontrar soluções eficazes para conter o aquecimento global. Nesse cenário, cientistas consideram uma proposta radical que promete frear o aumento da temperatura na Terra.
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O aquecimento global é um dos maiores problemas e desafios da humanidade atualmente, e milhares de pesquisadores e cientistas buscam uma solução para esse obstáculo há anos.
Recentemente, uma solução bastante inusitada tem chocado a população mundial, na qual alguns políticos e cientistas propuseram uma ideia bastante radical: bloquear parte da luz solar que chega à Terra.
A ideia foi batizada como geoengenharia solar e consiste basicamente em injetar partículas refletoras na estratosfera, a aproximadamente 20 km de altitude, criando uma espécie de escudo que desvie parte da radiação solar de volta para o espaço.
Dessa forma, a temperatura média do planeta seria diminuída em alguns graus Celsius, compensando o efeito estufa. Porém, a abordagem, apesar de inovadora, possui muitos riscos e incertezas.
Diante disso, países como Estados Unidos e União Europeia ainda estudam a viabilidade e consequências de um possível bloqueio solar antes de decidir se a ideia vale a pena e pode ser implementada.
Muitos projetos investigam a nova ideia, um deles é liderado por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Chamado de SCoPEx (Stratospheric Controlled Perturbation Experiment), o projeto pretende lançar um balão com equipamentos científicos na estratosfera, para liberar uma pequena quantidade de material (cerca de 2 kg) e observar como ele se dispersa e interage com a luz solar.
Inicialmente, o experimento ocorreria em 2021; entretanto, por conta da pandemia de covid-19 e da oposição de grupos ambientalistas e indígenas da Suécia, onde seria realizado, ele foi adiado para 2023.
Agora, os cientistas procuram outro lugar para testar a nova tecnologia. Locais como o deserto do Saara ou o Oceano Pacífico já estão sendo cogitados.
Entretanto, não é só os EUA que buscam uma solução para o problema, visto que a União Europeia financia um projeto coordenado pela organização governamental Solar Radiation Management Governance Initiative (SRMGI), com foco em entender quais poderiam ser os efeitos causados pelo bloqueio do sol nos países em desenvolvimento, sendo os mais vulneráveis as mudanças climáticas.
O projeto chamado de Decimals (Developing Country Impacts Modelling Analysis for SRM) reúne cientistas de Bangladesh, Brasil, Costa do Marfim, Etiópia, Índia, Indonésia, Irã, Jamaica e Quênia, que com a ajuda da tecnologia e aparelhos de última geração, simulam cenários de geoengenharia solar.
Eles estudam e procuram entender como a redução da radiação solar afetaria aspectos como precipitação, temperatura, agricultura e biodiversidade em diversas regiões.
Os primeiros resultados mostram que o bloqueio do sol pode trazer alguns benefícios para certos países, como reduzir as ondas de calor na Índia ou aumentar a produtividade agrícola na Etiópia.
Porém, também poderia causar problemas em outros, como alterar os níveis de chuvas na Indonésia ou afetar a circulação dos oceanos no Brasil.
Nível do mar em alerta
Recentemente a Nasa divulgou uma animação que mostra em detalhes o aumento do nível do mar nas últimas décadas. De acordo com os pesquisadores, os oceanos subiram 10 centímetros desde 1990, esta mudança mostra a necessidade de criar medidas que parem ou diminuam o efeito estufa e suas consequências.
Cientistas acreditam que em um século o aumento corresponderá a 40 centímetros podendo ser muito maior que isso. O aumento do nível dos mares pode causar o alagamento de cidades, principalmente aquelas localizadas em regiões litorâneas, além de derreter as camadas de gelo encontradas na Groenlândia e Antártica, lar de milhares de animais.