Nova causa biológica da depressão pode ter sido encontrada por franceses e brasileiros

A depressão se tornou uma das principais doenças deste século, e pode ter causas biológicas. Entenda.

A depressão se tornou o mal do século. Isso porque essa doença faz milhões de pessoas reféns no mundo inteiro. De acordo com a Opas/OMS, aproximadamente 300 milhões de pessoas possuem esse tipo de transtorno.

A depressão ataca diversos pontos de nossas vidas, e é sempre bom dialogar sobre isso com profissionais adequados. E no início deste mês, franceses e brasileiros encontraram uma possível causa biológica para a doença.

De acordo com eles, o fato de os neurônios perderem a habilidade de reciclar seus componentes pode ser uma nova causa biológica da depressão. Quer entender um pouco mais sobre isso? Veja mais informações a seguir.

Depressão e o ataque aos neurônios

Essas pesquisas foram realizadas pelo neurocientista francês Pierre-Marie Lledo e pelo psiquiatra brasileiro Flávio Kapczinski, ambos com suas equipes. Por sua vez, o nome que se dá a essa ação dos neurônios é autofagia. Quando bem controlada, essa ação faz muito bem para a saúde do cérebro humano.

Os pesquisadores encontraram essa nova causa biológica por meio de um estudo sobre o efeito de uma proteína no crescimento, tratando-se da saúde dos neurônios. Além disso, essa proteína faz muito bem ao cérebro, para seus vasos sanguíneos, seu desenvolvimento, entre outras coisas.

Assim, constatou-se que a doença da depressão acaba por atacar os neurônios, inclusive de forma gradativa.

“Em uma conferência realizada em 2018 no Pasteur, apresentei a hipótese da neuroprogressão e soube que o grupo de Lledo tinha disponível uma molécula que funcionaria como um rejuvenescedor de neurônios”, disse Kapczinski.

De acordo com Elisa Brietzke, psiquiatra brasileira, essa pesquisa é importante:

“[…] por mostrar que há múltiplos mecanismos envolvidos na depressão, que, já sabemos, não é explicada apenas pela falta de neurotransmissores, como a serotonina.

Por indicar que esse transtorno mental não causa alterações apenas no cérebro, mas no corpo todo. E por criar a perspectiva de que algum dia um tratamento que aumente os níveis de GDF11 possa combater tanto a depressão quanto as queixas de memória, que são comuns nessa doença, mas não melhoram com os antidepressivos atuais.”

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