1ª cobra 'falante' é encontrada na América do Sul

Cientistas brasileiros registram inédita vocalização do animal, desafiando a crença de que serpentes apenas sibilam.

Um feito surpreendente na área da herpetologia, o estudo de anfíbios e répteis, está causando agitação no mundo científico e entre os entusiastas da vida selvagem na América do Sul.

Cientistas fizeram uma descoberta extraordinária ao encontrarem uma cobra que emite vocalizações, algo que até então era considerado inédito na região. Vamos observar os detalhes dessa notável descoberta, que está transformando nossa compreensão das serpentes sul-americanas.

A equipe de pesquisadores bolsistas dos Programas de Pós-Graduação em Ecologia, Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estava em uma trilha noturna na região do município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, em 2021.

Seu objetivo era registrar os hábitos noturnos de uma serpente conhecida como papa-lesma, da espécie Dipsas catesbyi, também chamada jararaquinha-dormideira. Essas serpentes são pequenas e inofensivas, geralmente encontradas em hortas, com um comprimento médio de até 40 cm.

Uma descoberta científica surpreendente

Enquanto manuseavam a serpente, algo extraordinário aconteceu. Ela emitiu uma vocalização que se assemelhava a um pequeno grito. Inicialmente, os pesquisadores pensaram que o som vinha de outro animal nas proximidades.

No entanto, ao revisar o registro em vídeo, ficou claro que a serpente era a responsável pela vocalização. Esse evento extraordinário tornou-se a primeira evidência documentada de uma serpente sul-americana emitindo vocalizações, revolucionando o mundo da herpetologia na região.

Até então, as cobras sul-americanas eram conhecidas por produzir apenas sibilos, usados como mecanismo de defesa.

Essa descoberta, porém, desafia essa compreensão tradicional. Igor Yuri, fundador do Projeto Suaçuboia e um dos cientistas envolvidos na pesquisa, expressou seu espanto com a descoberta.

“Descobrir que uma cobra vocaliza é virar a herpetologia [estudo de anfíbios e répteis] na América do Sul de cabeça pra baixo!”, explicou Igor Yuri. “A melhor parte é ver as pessoas achando fofo uma cobra, com todos os seus estigmas sociais, sendo bonitinha. Acho que, além do valor científico gigante dessa descoberta, o retorno por meio da educação ambiental é maravilhoso”, salientou.

Ele também enfatizou a importância do valor científico da descoberta e seu potencial para promover a conscientização ambiental.

Além de seu impacto científico, a descoberta da cobra que emite vocalizações está gerando entusiasmo na esfera da educação ambiental.

Celeste, é você?

A notícia de uma serpente “fofinha”, que supera os estigmas sociais associados a esses répteis, está cativando o público. Isso demonstra o poder da ciência em quebrar estereótipos e promover a compreensão e o respeito pela vida selvagem.

A descoberta também destaca a necessidade de educação ambiental contínua e do respeito aos órgãos competentes para lidar com animais silvestres.

A cobra que emite vocalizações na América do Sul é uma prova de como a natureza ainda consegue nos surpreender.

Como sempre, a conservação da vida selvagem e o respeito pelas espécies devem permanecer no centro de nossas preocupações, enquanto continuamos a conhecer e aprender com o incrível mundo natural que nos cerca.

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