Spiderhead consegue entregar boas atuações, mas falha na parte do sci-fi

A Netflix pode até tentar fazer de Spiderhead um grande lançamento, mas não se deixe enganar, a produção é um filme pequeno e mais simples.

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Pode parecer fantástico devido ao diretor Joseph Kosinski, que também comandou o grande sucesso Top Gun: Maverick, e pelo elenco formado por Chris Hemsworth, Miles Teller e Jurnee Smollett, mas não é tudo isso.

Na trama, prisioneiros são convidados a participar de testes em um laboratório, onde tem mais liberdade e conforto, em troca de ter a pena reduzida. Estes testes acabam provocando alterações de consciência, como medo irracional ou paixão excessiva por qualquer pessoa que cruze seu caminho.

Quem comanda os testes é o cientista Steve Abnesti, que é vivido por Chris Hemsworth, papel que foge das tramas mais bobas que ele costuma atuar. O ator consegue desempenhar o papel de megalomaníaco muito bem, dando emoções reais ao personagem, que parece muito machucado e humano, tornando-o muito assustador.

E essa é a melhor parte da produção: suas atuações. Pois o filme pode até se considerar uma ficção científica, porém, esta parte da trama é muito simples. O maior acerto de Spiderhead está no drama das atuações e nas explosões de emoções feitas por eles.

O diretor consegue captar muito bem isso, com um ótimo enquadramento de câmera nos diálogos, criando até um efeito mais adequado para os diálogos brincalhões escritos por Paul Wernick e Rhett Reese.

Kosinski e o elenco de qualidade conseguem dar ao filme uma narrativa boa de ser assistida, apesar de insistirem em se colocar como uma narrativa profunda. Mas, o roteiro é interessante ao mostrar a superioridade e emoção impecável, mesmo que fabricada.

O filme é bom, permite algumas reflexões interessantes, mas, por se achar mais do que realmente é, torna-se frustrante. Entretanto, serve muito bem como um testemunho da humanidade com boas atuações.