Sons do além? Ciência desvenda mistério sobre a famosa igreja do diabo

Ciência desmistifica história por trás da igreja do diabo e dá uma explicação convincente a respeito dos fenômenos recorrentes.

Entre as belas paisagens da Finlândia, esconde-se a misteriosa igreja do diabo, uma caverna que se tornou palco de lendas e mistérios.

Esse local intrigante ganhou seu nome devido a eventos inexplicáveis que ocorreram ao longo dos séculos.

Xamãs locais, atraídos pela aura sobrenatural, acreditavam poder se comunicar com espíritos e, ousadamente, até mesmo com o próprio diabo.

As paredes escuras da caverna guardam segredos antigos, ecoando murmúrios de uma época em que supostamente o sobrenatural se misturava com a realidade.

A Igreja do diabo permanece como um enigma, atraindo a curiosidade daqueles corajosos o suficiente para explorarem suas profundezas sombrias.

A história por trás da Igreja do diabo

Imagem da entrada da caverna, conhecida como Igreja do diabo. – Imagem: Reprodução

A caverna chamada Pirunkirkko, que traduzido significa Igreja do diabo, fica na cordilheira Koli, no leste da Finlândia. Por gerações, histórias dessa caverna foram transmitidas de pais para filhos.

Nessas histórias, relatos afirmam que o local atraía tietäjä, ou seja, sábios capazes de se comunicar com o mundo espiritual. Rituais intensos ocorriam, nos quais os participantes, em êxtase, expressavam-se com gritos, pulos e diversos ruídos.

Kinolainen, também conhecido como Tossavainen, era um frequentador recorrente do local e utilizava a caverna para práticas espirituais.

Registros revelam que ele realizava rituais de cura, envolvendo diálogos com o diabo, acompanhados por gritos, batidas de pés e tiros.

A Pirunkirkko permanece como um intrigante testemunho do folclore finlandês, envolto em mistério e tradição.

O local de uma perspectiva científica

Intrigadas pela lendária Igreja do diabo, as pesquisadoras Riitta Rainio, da Universidade de Helsinque, e Elina Hytönen-Ng, da Universidade da Finlândia Oriental, embarcaram em uma expedição para desvendar os mistérios da caverna.

Movidas pela curiosidade científica, buscaram compreender os fenômenos que geravam os estranhos sons, levando muitos a acreditar que o próprio diabo estava respondendo.

As arqueólogas, munidas de conhecimento e tecnologia, exploraram o local para extrair conclusões concretas.

Após minuciosas pesquisas, Riitta Rainio e Elina Hytönen-Ng concordaram que a misteriosa Igreja do diabo é palco de um raro fenômeno natural: a ressonância. Esse fenômeno amplifica e prolonga sons em frequências específicas.

No interior da caverna, um corredor com paredes lisas e paralelas revelou-se crucial para entender o efeito de ressonância.

Quando um som é produzido, uma onda imóvel entre as paredes cria um tom na frequência de 231 Hz, peculiar à caverna, por um segundo apenas.

Vocalizações nessa frequência são amplificadas e prolongadas, revelando a origem dos enigmáticos sons atribuídos à presença do diabo.

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