Rússia decretou apenas em 2013 que a cerveja é uma bebida alcoólica

Popularmente conhecida no mundo todo, a cerveja está entre as bebidas alcoólicas mais consumidas. Ciente de que o alto consumo de teor alcoólico é prejudicial à saúde, diversos países, incluindo o Brasil, possuem regras para o consumo consciente de cerveja.

Nos EUA, por exemplo, serviu de palco para a lei seca, que proibiu, durante 15 anos, a fabricação, o comércio, o transporte e a importação do álcool.

No Brasil, qualquer tipo de bebida alcoólica só pode ser comercializada para pessoas com mais de 18 anos, em muitos casos mediante a comprovação por documento. Essas regras, levadas extremamente a sério, buscam conter o avanço do alcoolismo.

É de conhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) os efeitos que o álcool gera na mente das pessoas, principalmente dos jovens, sendo de altíssimo risco para a sua vida e a dos demais.

Contudo, ainda que, para nós, isso seja de conhecimento natural, na Rússia foi somente em 2013 que a cerveja se tornou uma bebida alcoólica.

E não, não foi nenhuma mudança na composição química da bebida, mas uma mudança institucional realizada por Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.

Ele determinou que a cerveja se enquadraria na categoria de bebidas alcoólicas na tentativa de minimizar o consumo da bebida no país, em uma ação que elevou os impostos sobre a cerveja em 200%.

Como se sabe, os russos gostam de bebidas alcoólicas. Não é para menos que eles são os criadores da vodca, uma bebida extremamente forte e com alto teor alcoólico.

Ainda com todo o desencorajamento do governo perante o consumo de cerveja, foi identificado que o problema não era o preço ou a classificação, mas sim a disponibilidade.

Dessa forma, novas mudanças foram feitas nesse sentido, com a redução, por exemplo, do espaço onde se podia comercializar a bebida. Além disso, ficou estabelecido que o consumo de cerveja só poderia ocorrer entre as 23h às 8h.

De forma quase imediata, houve uma pressão da população contra as novas regras instauradas pelo governo, de modo que a população russa pouco se importou se era um caso de saúde pública; queriam apenas consumir.

As medidas foram tomadas diante de um problema gravíssimo. De acordo com um relatório de 2012 do The Telegraph, aproximadamente 500 mil pessoas morreram devido ao consumo de álcool, sendo que a média de consumo russo era 32 litros de álcool por ano.

Houve uma intensa pressão pública e da oposição para que as regras em torno da cerveja fossem revisadas, contudo o governo se manteve firme e não recuou.

Foi até mesmo destacado que, na falta da cerveja, a vodca seria a substituta para o consumo russo. Mas, ainda assim, o caso permaneceu igual, removendo o consumo de cerveja em espaços públicos e tornando 21 anos a idade mínima para consumir bebidas de alto teor alcoólico.