Preconceito contra pessoas mais velhas: qual a solução para esse problema?
Após um episódio de preconceito em uma universidade, a pauta de etarismo voltou a ser debatida. Compreenda qual a solução para esse problema.
Recentemente, o debate sobre o preconceito com pessoas mais velhas voltou a ser pauta. Isso se deu em virtude de um episódio, onde um grupo de jovens constrangeu uma colega de 40 anos na sala de uma universidade. Nesse caso, as universitárias alegaram que a mulher estaria muito velha para realizar o curso.
Esse episódio expõe o preconceito e o estereótipo relacionado à faixa etária. Contudo, cabe salientar que situações semelhantes não ocorrem apenas com pessoas mais velhas. O preconceito também pode afetar jovens, por exemplo, quando se determina que uma pessoa mais nova possui menos experiência.
O que é o etarismo ou idadismo?
Em 1970, o preconceito com a idade foi conceituado por Robert N. Butler, um gerontólogo dos Estados Unidos, que elaborou o termo ageísmo. O termo se popularizou tanto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a adotá-lo, chamando-o também de idadismo ou etarismo.
A antropóloga Mirian Goldenberg também utiliza o termo “velhofobia”, e explicou no podcast da Folha de São Paulo que esse preconceito parte de um lugar de “demonização” do processo natural de envelhecer.
Isto é, estar na faixa de 60 a 70 anos é percebido como algo ruim, diferentemente de estar entre os 20 a 30 anos, etapa considerada por muitos como o “auge da vida”.
Como isso impacta a vida de pessoas mais velhas?
No meio social, por serem percebidas muitas vezes como “crianças” que precisam de cuidados, as opiniões e considerações das pessoas mais velhas costumam ser ignoradas. Esse preconceito também pode ocasionar violências físicas e psicológicas por parte dos seus cuidadores.
Isso se evidencia no aumento do número de denúncias entre os anos de 2019 e 2020, período em que os idosos permaneceram mais tempo em casa. No Disque 100, as denúncias sofreram um aumento de 48,5 mil para 77 mil.
Já no mercado de trabalho, pessoas que possuem mais idade geralmente não são contratadas. Isto acontece porque, em virtude da sua idade, há a visão de que elas não possuem mais a capacidade de desenvolver um trabalho eficiente.
Educação: a saída para o problema
A saída mais eficaz para esse problema é, sem dúvidas, a educação. É necessário educar os jovens para que compreendam que pessoas idosas também podem possuir uma vida ativa, ainda que suas capacidades físicas já não sejam as mesmas.
Além disso, nem todos as pessoas de mais idade se tornam “crianças” como o senso comum julga. Muitos ainda possuem plenas capacidades de viajar, trabalhar e viver de forma independente. E, mesmo aqueles que precisam de cuidadores por não conseguirem ser completamente independentes, também devem ser respeitados.