Por que 'stalkeamos' a vida de quem não gostamos? Especialistas explicam

Entenda os perigos do monitoramento excessivo e veja o que especialistas recomendam para lidar com essa prática.

Você já ouviu a frase ‘a internet aproxima quem está longe e afasta quem está perto’? Apesar de soar clichê, a veracidade desse ditado é inegável, especialmente quando se trata da nossa tendência quase irresistível de monitorar a vida alheia, seja de forma voluntária ou involuntária.

Nesse mesmo contexto, o termo ‘stalkear‘ tornou-se parte do nosso vocabulário digital, refletindo a compulsão de buscar informações sobre a vida de pessoas distantes, muitas vezes impulsionada por sentimentos negativos.

Esse fenômeno, entretanto, levanta a seguinte questão: de onde vem essa nossa obsessão por indivíduos que não desempenham papéis significativos em nossas vidas?

Imagem: Getty Images/Reprodução

Desde tempos imemoriais, a humanidade tem buscado e valorizado informações sobre o mundo ao seu redor, especialmente no que tange a outras pessoas.

Seja por amor ou ódio, as emoções ativam circuitos semelhantes em nosso cérebro, tornando a prática de stalkear alguém que desprezamos estranhamente satisfatória.

Na era digital, o fenômeno da comparação social ganhou força, compelindo-nos a observar aparências e a criar mecanismos de compensação para aquilo que percebemos como faltante em nossas vidas.

O vício em redes sociais, muitas vezes menosprezado, pode ter impactos significativos na saúde mental e física, assim como outros vícios mais reconhecidos.

Contudo, admitir que o hábito de stalkear é um problema representa um desafio para muitos.

As sessões de perseguição social, frequentemente realizadas na solidão virtual, podem deixar-nos envergonhados e questionando o motivo pelo qual investimos tanto esforço na vida digital alheia.

Como superar esse hábito prejudicial?

Para enfrentar esse comportamento delicado, especialistas sugerem a autoavaliação. Identificar os momentos em que sentimos a necessidade de perseguir socialmente e compreender os gatilhos por trás desses impulsos é importante.

Por exemplo, a perseguição a pessoas de quem não gostamos pode ser uma tentativa de aliviar nossos próprios problemas pessoais.

Reconhecer o desejo de eliminar esses comportamentos corrosivos é o primeiro passo para corrigi-los.

Especialistas indicam que substituir o hábito de stalkear por outras atividades, como hobbies ou uma nova mídia social, pode ser uma estratégia eficaz.

Em casos mais extremos, uma desintoxicação digital pode aliviar a mente e interromper esse comportamento prejudicial.

É essencial compreender que o hábito de stalkear pode ser um sintoma de questões mais profundas, como episódios depressivos ou obsessões doentias.

Reconhecer isso não apenas fortalece os relacionamentos, mas abre caminho para a cura de feridas emocionais passadas.

A tristeza que acompanha esse reconhecimento não indica fraqueza, mas uma necessidade de uma pausa para reflexão, evitando a entrada em uma espiral de negatividade.

Assim, buscar ajuda e aceitar que não estamos sozinhos nessa jornada pode ser a chave para uma transformação positiva.

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