A importância de dormir bem: pouco sono eleva o risco de depressão, revela estudo

Um estudo revelador da University College London, publicado na revista Nature, destaca a forte correlação entre a privação de sono e o risco elevado de depressão.

Um recente estudo conduzido por cientistas da University College London trouxe à luz uma correlação alarmante entre a quantidade de sono e o risco de depressão. O estudo, divulgado na prestigiosa revista Nature, aponta que indivíduos que repousam menos de cinco horas por noite estão mais propensos a enfrentar episódios depressivos nos subsequentes quatro a 12 anos.

Resultados da pesquisa

A análise não focou no sono real, mas sim na predisposição genética para dormir menos. Ela revelou que tal predisposição eleva o risco de sintomas depressivos em 2,5 vezes.

O estudo envolveu uma análise meticulosa dos dados genéticos e de saúde de 7146 participantes, com uma média de idade de 60 anos. Odessa Hamilton, cientista líder da investigação, compartilhou que, ao explorar a suscetibilidade genética às doenças, foi possível determinar que o sono provavelmente antecede os sintomas depressivos, e não o contrário.

Imagem: NadyaPhoto/Getty Images Signature

Os números são reveladores: 11,47% de todos os participantes idosos reportaram episódios depressivos. Este dado ressalta a necessidade imperativa de atenção à qualidade do sono, especialmente entre a população mais velha.

Hamilton destaca a importância do estudo ao elucidar a conexão entre a falta de sono e a depressão, enfatizando a relevância da pesquisa contínua neste campo, especialmente diante do envelhecimento populacional global.

O estudo da University College London ilumina uma faceta preocupante da saúde mental, colocando em destaque a relação entre a privação de sono e a depressão. Essa relação é complexa e multifacetada, sendo extensivamente explorada na literatura científica.

A privação de sono e a terapia de luz, por exemplo, alvejam o mesmo sistema de neurotransmissores cerebrais e áreas cerebrais que os medicamentos antidepressivos, sendo utilizadas clinicamente para tratar a depressão​​.

Outros estudos corroboram a ligação entre problemas de sono e depressão. Problemas comuns de sono associados à depressão incluem insônia, hipersonia e apneia obstrutiva do sono. Estima-se que cerca de 20% das pessoas com depressão têm apneia obstrutiva do sono e cerca de 15% têm hipersonia.

Esses problemas de sono podem influenciar a função do neurotransmissor serotonina, contribuindo assim para o desenvolvimento de sintomas depressivos. Em particular, pessoas com insônia têm um risco dez vezes maior de desenvolver depressão do que aquelas que dormem bem. Entre as pessoas com depressão, 75% têm dificuldade em adormecer ou manter o sono.

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