Polvos fêmeas possuem uma glândula responsável por autodestruição após colocar ovos; entenda
Após pôr os ovos, algumas modificações hormonais desencadeiam um comportamento destrutivo nos polvos.
No mundo animal, alguns acontecimentos podem soar estranhos para quem o estuda. Algumas espécies, por exemplo, costumam morrer logo após a reprodução, pois iniciam um processo de autodestruição. Isso acontece próximo ao momento dos ovos eclodirem.
Agora, os cientistas descobriram porque os polvos morrem após colocar os ovos. Confira!
Alterações hormonais designam comportamento dos polvos
Antes, os pesquisadores não sabiam explicar com exatidão o porquê as mães polvo morrem após colocar os ovos. Contudo, recentemente, algumas respostas solucionaram esse questionamento.
Agora são conhecidos os componentes químicos que envolvem essa perda de controle. De acordo com as pesquisas, o comportamento do animal sofre alterações devido à desregulação dos hormônios esteroides e do uso de colesterol como fonte de produção.
No momento em que a fêmea coloca os ovos, ela inicia um comportamento agressivo durante o qual entra em colisão com rochas, tendo a possibilidade de retirar um membro. Embora tudo pareça muito assustador, algumas teorias explicam essa encenação como uma forma de proteger os filhotes de predadores, forjando a própria morte.
Outros acreditam que essa autodestruição visa o fornecimento de nutrientes transferidos do corpo para a água após a morte da mãe, passando então para os ovos.
Os polvos são animais canibais e, com isso, caso haja a possibilidade, os mais velhos podem comer todos os filhotes dos outros.
Quem descobriu esse mecanismo foi Jerome Wodinsky, em 1977. O psicólogo da Universidade de Brandeis identificou um mecanismo localizado perto dos olhos do animal. Ao que tudo indica, caso esse nervo fosse cortado, as mães deixariam os ovos e voltariam a viver normalmente, pois é ele quem controla a cascata de automutilação.
Os estudos atuais publicados na revista Current Biology tem ênfase nas glândulas e nos compostos químicos liberados pela fêmea. O grupo de pesquisa tem como integrante Z. Yan Wang, professor assistente de psicologia e biologia da Universidade de Washington.