Polêmica na Coreia do Sul: produtores de carne de cachorro protestam contra banimento do produto

Projetos de lei visam proibir o consumo da iguaria, enquanto produtores de carne canina prometem ação radical em Seul.

A controvérsia em torno do consumo de carne de cachorro na Coreia do Sul atingiu um novo patamar, devido a protestos liderados por produtores e comerciantes ligados ao ramo.

Em 30 de novembro, aproximadamente 200 manifestantes se reuniram em Seul para se opor à possível proibição da iguaria, prometendo uma medida extrema de soltar dois milhões de cães na cidade.

As reclamações e o que diz a lei

As manifestações surgiram em resposta aos recentes projetos de lei propostos pelo Partido do Poder do Povo e pelo Partido Democrático da Coreia.

Essas propostas pretendem banir a produção, venda e compra de carne de cachorro no país.

A ameaça de soltar os animais em áreas próximas a prédios públicos e residências de políticos é uma forma de pressionar os congressistas contra a proibição.

Essa ideia foi manifesta pelo presidente da Associação de Produtores de Carne de Cachorro da Coreia, Joo Young-bong.

Os projetos de lei propõem penalidades severas, inclusive detenção de 3 a 5 anos e multas significativas para qualquer envolvimento na produção, venda ou consumo da carne de cães.

Com o suporte bipartidário, tais propostas representam um esforço para proibir o produto até 2027, oferecendo apoio financeiro para comércios afetados e exigindo um plano de retirada do mercado por parte dos produtores.

Protestos acontecem em frente ao gabinete presidencial da Coreia do Sul – Imagem: Anthony Wallace/Reprodução.

Embora a primeira-dama, Kim Keon-hee, e a maioria da população, segundo pesquisa da Gallup Korea em 2022, sejam contrárias ao consumo de carne de cachorro, a indústria ligada a essa prática se mostra resistente diante das tentativas de proibição.

Esta não é a primeira vez que o governo sul-coreano enfrenta tal questão, já tendo experimentado uma tentativa fracassada de proibição em 2021, recuando após protestos similares dos produtores.

Não é a primeira vez que a Coreia do Sul tenta banir o consumo da iguaria – Imagem: Anthony Wallace/Reprodução.

Segundo a Associação de Produtores de Carne de Cachorro da Coreia, atualmente estima-se que existam:

  • 1,1 mil fazendas desses animais;

  • 1,6 mil restaurantes que servem carne canina;

  • 34 casas de abate de cães;

  • 1,5 milhões de estabelecimentos de criação desses animais.

A situação continua a gerar um intenso debate público entre defensores do bem-estar animal, interesses comerciais e a tradição cultural, marcando um impasse desafiador para o país.

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