O que está acontecendo em Maceió? Entenda o risco de catástrofe iminente

Bairros que foram desocupados em Maceió, após afundamento do solo e tremores, vivem momento de tensão. Colapso é iminente.

A situação em Maceió (AL) segue crítica. Moradores da capital alagoana continuam com medo dos tremores sentidos na região que foi abalada pela mineração da Braskem.

De acordo com a Defesa Civil, os locais que tiveram de ser desocupados vivem hoje um risco iminente de colapso e “o desastre está em evolução”.

Essa é uma situação que já perdura há cinco anos. Desde 2018, a população da cidade vive com o medo. Milhares de famílias foram diretamente impactadas. Ao todo, cerca de 60 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

Por trás disso tudo, está a mineradora Braskem, que anunciou, recentemente, a participação na COP28, realizada em Dubai, que é a Conferência Internacional da ONU sobre Mudanças Climáticas.

Para entender a situação da capital alagoana, vamos explicar do que se trata o tal colapso catastrófico que pode ocorrer na região afetada e como isso seria desencadeado.

Colapso em Maceió

Área sob risco de colapso em Maceió e abertura de cratera a qualquer momento. Foto: Defesa Civil/Reprodução

O colapso esperado consiste, basicamente, na abertura de uma cratera de vários metros de profundidade. Trata-se do desmonte do solo, em razão da exploração mineral no subsolo e os constantes tremores ocasionados por isso.

De acordo com especialistas, tudo pode cair de uma única vez ou colapsar aos poucos. Ainda não é possível especificar o que vai acontecer em Maceió, mas a Defesa Civil já espera pelo pior.

Tudo ficou evidente em 2018, quando foram identificados os primeiros efeitos da extração de sal-gema, feita pela Braskem. O sal retirado do subsolo de Maceió pode ser usado em cozinha ou na produção de plástico, PVC e soda cáustica.

Bairros afetados

Ao todo, cinco bairros da cidade registraram o afundamento do solo, em razão da atividade mineradora e todos os imóveis precisaram ser desocupados, incluindo comércios, escolas, prédios, casas e outros. São eles:

  • Bebedouro;
  • Bom Parto;
  • Farol;
  • Mutange;
  • Pinheiro, além da localidade de Flexal.

O colapso é iminente nesses locais. Muitas construções já foram demolidas e estudos já classificam a situação de Maceió como a maior tragédia socioambiental em zona urbana do mundo.

Medo chega a cidades próximas

A situação escalou tanto, nos últimos anos, que o medo do colapso chegou a cidades vizinhas de Maceió. O coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés, declarou que não existe o risco de atingir outras localidades.

A mina que desperta o temor na região e que está prestes a colapsar é a mina 18. Segundo as autoridades, ela não gera perigo para municípios como Pilar, Coqueiro Seco e Santa Luzia do Norte, que são vizinhos dos bairros citados anteriormente.

Processo de exploração mineral

Enquanto isso, as cavernas de exploração mineral feitas pela Braskem no subsolo de Maceió seguem se expandindo. Elas foram cavadas a quilômetros de distância abaixo da terra, durante quatro décadas, mas chegou a um ponto difícil de sustentar.

Isso ocorreu devido a uma falha tectônica da região. A Braskem apostou no processo de dissolução do sal, inserindo água quente para diluí-lo. Tudo estaria tranquilo, não fosse a falha do solo, que promoveu a entrada de mais água e as minas cresceram descontroladamente.

Hoje, de acordo com a Defesa Civil, a situação mais crítica envolve a Mina 18, que segue sendo monitorada pelos técnicos.

O que preocupa, também, é o fato de que ela está próxima de outras cavernas e um possível afundamento pode gerar um efeito cascata.

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