O que está acontecendo com a Marvel? CRISE tem afetado MCU
O estúdio tem sofrido com queda de bilheteria e crise nos bastidores. Entenda!
Fazer um filme é fácil, manter uma franquia de sucesso é raro e construir um universo é para poucos. Nesse contexto, o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla inglesa) conseguiu a façanha de construir um universo que trouxe para a versão live-action personagens muito queridos das HQs.
Entretanto, agora que o estúdio está entrando na sua quinta fase, fica a pergunta: o que está acontecendo com a Marvel?
O fechamento da fase 3 do MCU arrebentou bilheterias, sobretudo com “Vingadores: Ultimato” e seus U$$ 2,7 bilhões. Talvez, depois desse sucesso, o estúdio forçou um pouco a ideia de que “não se mexe em time que está ganhando” e acreditou que manter a receita de sucesso não poderia dar errado.
Mas como grande parte dos atores – e seus salários – não está interessada num contrato para a vida toda, tampouco os fãs, o futuro da próxima fase parece incerta, principalmente quando olhamos para as quedas bruscas de bilheteria.
O que está acontecendo com a Marvel?
A estimativa das bilheterias dos lançamentos mais recentes não é nada boa. A fase 4, que foi concluída em 2022, fechou com um faturamento médio de U$$ 888,50 milhões (cerca de R$ 4,37 bilhões).
Nós, reles mortais, que provavelmente nunca veremos esse saldo na conta, achamos que os valores ainda são altos. Mas, se considerarmos os números do apogeu de “Vingadores: Ultimato“, que faturou U$$ 2,7 bilhões (R$ 13,28 bilhões), houve uma queda de 28% na bilheteria do estúdio.
Recentemente, o primeiro lançamento da fase 5, “Homem-formiga e a Vespa: Quantumania”, acabou sendo um prejuízo para o estúdio com sua bilheteria de apenas U$$ 477,50 milhões (R$ 2,33 bilhões).
Como o orçamento inicial foi de U$$ 200 milhões (R$ 984 milhões), para arcar com todos os custos, incluindo publicidade, o filme precisava ter atingido no mínimo U$$ 600 milhões (R$ 2,95 bilhões).
Como se o peso no bolso já não fosse um golpe pesado para o estúdio, agora a franquia precisa arcar com a queda da sua reputação. A aprovação dos filmes junto à crítica e os fãs também caiu.
A aprovação média da franquia no Rotten Tomatoes teve um ápice de 88,2% na terceira fase, mas caiu para 64,5% na fase 4. A plataforma CinemaScore, que mostra a opinião dos fãs na estreia, também apresenta uma queda parecida no mesmo período.
Além disso, a equipe envolvida nos projetos tem sofrido perdas significativas, como a saída de James Gunn e a demissão de Victoria Alonso pela Disney.
O primeiro deixou a MCU para ir para a concorrente, DC Studios. Já Alonso, que era responsável pela pós-produção e efeitos especiais, provocou um impacto gritante nas produções com a sua saída.
Além dessas perdas, o estúdio está com uma nova dor de cabeça chamada Jonathan Majors, ator escalado para ser o grande vilão da “Saga do Multiverso”, que compreende as fases 4, 5 e 6.
Recentemente, o ator foi acusado de agressão doméstica e é alvo de novas denúncias. Por isso, a agência responsável pelo contrato do ator decidiu pelo cancelamento do acordo.
Tanto a Marvel quanto a Disney não se pronunciaram oficialmente sobre a questão ou sobre qual será o novo curso do grande vilão.
Sem tempo, irmão…
A experiência da MCU, com filmes em cronologia interligada e coesa foi um diferencial importante na relevância do projeto da Marvel.
Entretanto, hoje, para que um fã consiga acompanhar a história, ele precisa ter assistido pelo menos uns 32 filmes, sem contar com as séries, que vão impactar os rumos das próximas fases da MCU.
Em sua maioria, o público vai para as salas de cinema para se divertir, distrair, dar uma risada, se emocionar. E o que antes era um processo cheio de expectativa e empolgação está mais parecendo um trabalho. Então, chega uma hora que o trabalho cansa. Isso tem afastado o público dos cinemas.
O que está acontecendo com a Marvel é que as histórias passaram a ser tão dependentes umas das outras que o filme já não basta em si mesmo.
A história dos personagens, seus conflitos e vilões não t:em consistência própria para se sustentar, são somente uma base de apresentação para o próximo filme, o que empobrece a narrativa.
Guardiões ao resgate?
Mas, no meio de todo esse período de dificuldades que está acontecendo com a Marvel, o último lançamento parece ser uma luz no fim do túnel. Quando comparado com os últimos lançamentos desde o começo da fase 4, “Guardiões da Galáxia 3” tem conseguido bons resultados.
No primeiro final de semana nos Estados Unidos, o longa conseguiu arrecadar U$$ 114 milhões (R$ 560,59 milhões) de bilheteria. Apesar de ser menor do que as projeções iniciais, ainda é número considerável para um cenário pós pandemia.
Mas o longa não deve ficar no vermelho. Para cobrir os custos da produção, o filme precisa faturar algo entre U$$ 750 a 825 milhões (entre R$ 3,68 e 4,05 bilhões). Considerando a bilheteria atual, de U$$530,9 milhões (R$ 2,60 bilhão), o volume 3 deve conseguir bater a marca, ainda que seja por pouco.
Agora, o desafio da MCU é não deixar o forninho cair e garantir que essa retomada seja bem sucedida, já que muitos personagens importantes nas fases anteriores, com exceção do Senhor das Estrelas de Chris Pratt, se desprendem do filmes depois do volume 3.
Será que vai dar certo?