O que a ciência diz sobre pessoas idênticas que não são parentes?

Certamente, você já viu alguém parecido com uma celebridade ou até com um parente seu. Será que existe alguma explicação científica para isso? Existem estudos sobre esse “fenômeno”!

Segundo a BBC, um grupo de especialistas do Instituto Josep Carreras de Pesquisa em Leucemia de Barcelona, na Espanha, está tentando desvendar o mistério por trás da existência dos sósias, indivíduos muito parecidos, mas sem qualquer grau de parentesco.

Estudos científicos

Manel Esteller é o líder das pesquisas e é diretor e professor de Genética na Faculdade de Medicina da Universidade de Barcelona. A pesquisa se iniciou em 2016, e os resultados tiveram sua divulgação em agosto de 2022 na revista científica Cell Reports.

O texto diz que o objetivo foi “caracterizar seres humanos aleatórios que compartilhavam objetivamente características faciais” ao nível molecular, buscando uma demonstração científica para a existência de sósias.

Com isso, para o processo ser mais rápido, os cientistas entraram em contato com o fotógrafo canadense François Brunelle, famoso por tirar fotos de pessoas extremamente semelhantes, mas que não possuem relação familiar.

Além do fotografo, mais voluntários participaram da pesquisa, sendo um total de 64 pessoas, separadas em 32 duplas de “doppelgangers”.

Os pesquisadores analisaram os rostos dos voluntários para verificar o quão parecidos eram utilizando um software de reconhecimento facial, e descobriram que, segundo o aplicativo, 16 pares eram considerados extremamente semelhantes.

Posteriormente, coletou-se materiais biológicos, como amostras de DNA da saliva dos participantes, que vinham de países diferentes.

A maior curiosidade é que, embora não tenham parentesco, os “doppelgangers” têm genética muito parecida, surpreendendo os pesquisadores, que consideram isso um “acaso”.

Portanto, no mundo, existem pessoas totalmente aleatórias compartilhando similaridades em diversas sequências do DNA, deixando-os fisicamente parecidos.

As semelhanças na cadeia de DNA, em alguns casos, são tão grandes que duas pessoas inteiramente distintas e sem qualquer relação acabam nascendo tão parecidas quanto gêmeos idênticos.

Outro ponto interessante é que as pessoas, além de fisicamente semelhantes, com peso, idade e altura parecidos, possuíam traços de desempenho bastante similares, como hábitos e vícios parecidos.

Segundo o estudo, tais similaridades se dão muito mais por fatores genéticos do que por outras experiências vividas na infância, adolescência ou com familiares.