Este pode ser o cérebro mais antigo já encontrado no mundo!
Confira tudo sobre o cérebro mais antigo já encontrado até hoje. Essa descoberta pode mudar os rumos da Ciência.
O cérebro de um artrópode com 525 milhões de anos parece ser o mais antigo já encontrado até hoje. Diante disso, essa descoberta pode ser a chave para um debate sobre como os cérebros desses animais invertebrados evoluíram desde os primórdios da Terra.
A chave para um debate centenário
Os arqueólogos se surpreenderam ao encontrar em um fóssil um cérebro sobrevivente com três componentes do sistema nervoso. O órgão foi identificado em um pequeno lobopodiano fossificado, cujo nome científico é Cardiodictyon catenulum.
A descoberta sugere que o cérebro evoluiu isoladamente do corpo e do sistema nervoso do animal. Isso é importante simplesmente pelo fato de que pode ser a chave para os debates referentes à evolução dos cérebros dos artrópodes e principalmente levar à revisão do assunto nos livros científicos.
Esse debate existe há cerca de um século, e graças a essa descoberta tudo pode mudar. Isso porque acreditava-se que os cérebros dos lobopodianos se dividiam em porções repetidas de bases neurais, conhecidas como gânglios, assim como o sistema nervoso presente no tronco dessas criaturas.
Neurocientista da Universidade do Arizona, Nicholas Strausfeld afirmou:
“Essa anatomia foi completamente inesperada porque as cabeças e cérebros dos artrópodes modernos, e alguns de seus ancestrais fossilizados, foram considerados segmentados por mais de cem anos.”
Descoberta do fóssil
Foi na década de 1980 que encontraram o fóssil, na província de Yunnan, localizada no Sul da China. Ele media cerca de 6 polegadas, por isso a equipe de pesquisadores responsáveis pelo caso não pôde realizar um raio-X. Dessa forma, estudaram-no por meio de filtragem cromática, que é um método utilizado para mapear estruturas internas.
Assim, as estruturas internas mapeadas foram comparadas com as de outros fósseis, e então percebeu-se que o modelo de organização cerebral dessas criaturas permaneceu por meio bilhão de anos.
Com essa percepção, o neurocientista evolutivo Frank Hirth , do King’s College London, no Reino Unido, informou que há uma assinatura em comum entre esses cérebros, o que sugere como eles se formaram.
Diante disso, sabe-se que os descendentes dessas criaturas vivem nos Onychophora, localizados na Austrália, América do Sul e Nova Zelândia. Porém, os pesquisadores acreditam que o tipo de evolução pode se aplicar a várias outras espécies que não sejam artrópodes.