Não seja enganado: saiba identificar azeite ‘falso’ em supermercados

Uma avalanche de óleos compostos tenta se passar por azeite de oliva nos supermercados. Proteja sua saúde e seu bolso aprendendo a identificar cada um deles.

A busca por economia é uma realidade em tempos de crise, e a indústria em geral não fica imune a esse cenário. Durante a pandemia de covid-19, muitos consumidores notaram uma enxurrada de produtos “similares” aos tradicionais, como leite e seus derivados.

Agora, uma nova tendência chama a atenção: a proliferação de óleos compostos que tentam se passar por azeite de oliva nos supermercados.

Muitas dessas marcas estão em conformidade com a lei, rotulando seus produtos como opções regulamentadas. No entanto, o problema reside nas táticas enganosas usadas para confundir os consumidores.

Imagem: Kid Jr./SVM/Reprodução

Proteja seu bolso e sua saúde

Desde embalagens e designs que se assemelham aos azeites tradicionais até nomes que podem facilmente ser confundidos, o mercado está repleto de produtos que desafiam a percepção do consumidor.

Isso é particularmente crítico em um momento de inflação dos preços, em que cada centavo economizado é valioso.

O azeite de oliva, por exemplo, atualmente é encontrado nas prateleiras a preços que podem chegar a cerca de R$ 30. O aumento desse preços se deve, em parte, às secas que afetaram países produtores como Espanha, Portugal e Grécia.

Em contrapartida, os óleos compostos custam aproximadamente metade desse valor. Para os consumidores, a questão essencial é como evitar cair na armadilha de economizar dinheiro à custa da qualidade.

Érico Veras, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador de Finanças Comportamentais, destaca a importância de ler cuidadosamente os rótulos e considerar a qualidade, não se deixando guiar exclusivamente pelo preço.

Já a nutricionista Viviane Araújo oferece orientações adicionais para a escolha do melhor azeite. Ela recomenda optar por embalagens de vidro escuras em vez de frascos transparentes ou de plástico, uma vez que estes últimos são mais propensos à oxidação.

Além disso, é fundamental verificar a acidez no rótulo. O azeite “muito bom” deve ter uma acidez de 0,5%, mas até 0,8% ainda é considerado de qualidade.

Já no que diz respeito aos ingredientes, a lista deve conter apenas “azeite de oliva”, e não outros óleos adicionados, como o de soja.

A frescura do produto também é importante. O ideal é escolher azeites produzidos há menos de seis meses, garantindo a qualidade do produto.

Por fim, a localização do produto nas prateleiras também é um fator a ser considerado. Prefira produtos no final da prateleira, que estão mais protegidos da luz, evitando a exposição que pode prejudicar a qualidade do azeite.

Para aqueles que buscam os benefícios alimentares do azeite de oliva, a cautela deve ser ainda maior.

Por ser considerado uma gordura saudável e utilizado para reduzir os riscos de algumas doenças, a demanda por azeite de qualidade tem aumentado, abrindo espaço para produtos falsificados.

É importante ressaltar que o azeite de oliva, mesmo sendo legítimo, é alvo de fraudes, com a adição de óleo vegetal, corantes e aromas não permitidos.

Para combater esse problema, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizam operações constantes.

E embora as misturas de óleos de soja sejam legalmente permitidas, desde que informem claramente a fórmula no rótulo, isso não impede práticas enganosas.

De acordo com a presidente do Procon Fortaleza, Eneylândia Rabelo, a forma de rotular e expor o produto deve garantir esclarecimentos precisos.

A partir disso, é importante que os produtos mistos sejam colocados em prateleiras diferentes daquelas que contêm azeites puros, para evitar a confusão dos consumidores.

Por fim, ao navegar pelo mundo dos azeites nos supermercados, os consumidores precisam estar atentos e fazer escolhas informadas para protegerem sua saúde e seus bolsos.

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