Multiverso no cinema: por que Hollywood se interessa tanto por mundos paralelos

Entre nos bastidores e descubra o motivo que levou Hollywood a mergulhar no conceito de multiverso, transformando o mundo do cinema como nunca.

Hollywood decidiu embarcar em uma jornada cinematográfica fascinante, explorando o conceito intrigante do multiverso.

O tema tem sido objeto de muita especulação e interesse, especialmente quando se trata de filmes como ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ e ‘Homem-Aranha no Aranhaverso’.

A pergunta que fica é: o que teria levado o mundo do cinema a abordar o conceito? Talvez seja a busca por narrativas mais complexas e reviravoltas surpreendentes, oferecendo aos espectadores uma experiência única.

O conceito

O multiverso, conforme apresentado nos filmes, é a ideia de que existem múltiplos universos ou realidades alternativas. Tal abordagem permite que personagens e histórias coexistam de maneiras inimagináveis, criando tramas intrincadas.

Max Tegmark, físico sueco-americano, desenvolveu uma classificação de quatro níveis para o multiverso. Uma dessas interpretações é a teoria dos vários mundos, que sugere a existência de inúmeros universos paralelos.

Em termos simples, cada escolha ou evento significativo gera uma ramificação, criando uma realidade alternativa para cada possibilidade.

Essa visão propõe que, a cada momento decisivo, o universo se divide, criando uma infinidade de caminhos possíveis.

Por exemplo, se alguém enfrenta uma escolha difícil, o universo se divide em dois, um onde a escolha é feita de uma maneira, outro onde a decisão é tomada de outra forma.

Isso resulta em uma teia complexa de realidades alternativas que existem simultaneamente.

Como o multiverso chegou ao cinema?

Entenda a razão pela qual o multiverso se tornou um atrativo nos filmes – Imagem: Reprodução

O multiverso chegou às telonas por estar muito presente nos quadrinhos, especialmente com a introdução do conceito em 1961, graças à história ‘Flash de Dois Mundos’.

Em tal narrativa, Barry Allen, o Flash, atravessa o multiverso e se encontra com sua outra versão de uma Terra paralela. Essa trama foi pioneira e abriu as portas para explorações mais profundas do multiverso em HQs.

Leonardo Vicente di Sessa, criador do site ‘Fala Animal’, comentou sobre a importância dessa publicação:

“Logo na primeira edição [do novo Flash], ele estava lendo um gibi do Flash anterior. Então, ao ler a história, dava para entender que ele era um Flash de outro mundo.É nesse momento em que acontece a primeira vez que ele [Barry Allen] vai para um mundo paralelo, passando pelo multiverso para encontrar com sua outra versão”.

Tal abordagem deu ainda mais impulso ao conceito do multiverso nos quadrinhos.

No entanto, é importante notar que, muitas vezes, o multiverso retratado nos cinemas não segue as regras estritas do multiverso dentro da ciência, como estudado por renomados físicos.

O foco está na criação de narrativas envolventes e emocionantes, muitas vezes abrindo mão da fidelidade aos conceitos e princípios científicos.

Isso não é um erro

Segundo o escritor Carlos Orsi, atual editor-chefe da revista Questão de Ciência, não há nada de errado em um criador pegar um conceito científico e transformá-lo em uma história inédita para agradar o público.

Orsi destaca que a ciência e a ficção muitas vezes têm uma relação simbiótica, alimentando-se mutuamente para criar narrativas envolventes.

A capacidade de empregar conceitos científicos complexos para transformá-los em histórias acessíveis e cativantes é uma habilidade valiosa.

Isso não apenas possibilita que o público se familiarize com ideias científicas de maneira mais palatável, mas também oferece aos criadores a liberdade de explorar territórios desconhecidos.

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