Mistérios envolvem material proveniente de asteroide Bennu

Amostras do asteroide Bennu, recentemente trazidas à Terra pela missão OSIRIS-REx da NASA, intrigam cientistas com suas características inesperadas, o que desafia concepções prévias sobre a composição do cosmos.

Desde sua chegada em setembro, as amostras do asteroide Bennu, coletadas pela missão OSIRIS-REx da NASA, têm instigado intensas análises por parte dos cientistas.

A missão, que começou em 2018, representou uma jornada de quase duas décadas, culminando na entrega desses fragmentos do cosmos à Terra no final de setembro.

Cientistas têm dúvidas sobre material proveniente do asteroide

Bennu é um asteróide descoberto em 1999 – Imagem ilustrativa: Shutterstock/Buradaki/Reprodução

As análises revelaram pedregulhos de milímetros a centímetros de diâmetro, com textura áspera e aderente, proporcionando aos cientistas a primeira observação detalhada do Bennu.

A composição das amostras, revelada por análises espectroscópicas em 11 de dezembro, surpreendeu os pesquisadores, apresentando remanescentes hidratados e ricos em orgânicos, o que remonta aos primórdios do sistema solar.

Dante Lauretta, principal investigador da missão, expressou satisfação ao afirmar:

“Definitivamente temos remanescentes hidratados e ricos em orgânicos do início do sistema solar, que é exatamente o que esperávamos quando concebemos esta missão pela primeira vez, há quase 20 anos”, declara o cientista.

Contudo, um mistério persiste, representado pela assinatura espectral predominante azul das amostras de Bennu.

Essa característica desafia as concepções prévias dos cientistas sobre a presença de água nas rochas espaciais, adicionando uma nova camada de intrigas cósmicas.

Além do enigma da assinatura azul, a riqueza em carbono e material orgânico, com a presença de magnésio, sódio e fósforo, aumenta ainda mais as incógnitas.

O material analisado é apenas uma fração do total, devido a defeitos na cápsula de amostras que impedem o acesso completo. Ferramentas inovadoras e pinças estão sendo empregadas para extrair amostras da aba parcialmente aberta.

Os resultados finais das análises, provenientes do Reflectance Experiment Laboratory (RELAB) em Rhode Island e do Museu de História Natural de Londres, serão revelados na primavera do Hemisfério Norte durante uma reunião científica.

Durante essa busca no espaço, os cientistas aguardam com expectativa a revelação dos segredos presentes nas amostras do Bennu, que têm o potencial de oferecer informações fundamentais sobre a origem do nosso sistema solar.

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