Mistério solucionado: trajetória de diamantes à superfície terrestre finalmente é explicada
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Wollongong, em Camberra, conseguiu desvendar o enigma intrigante de como os diamantes chegam à superfície terrestre.
As joias sempre foram um símbolo de riqueza, demonstrando um status social elevado. Junto com as gemas, os metais preciosos têm papel fundamental nesse sentido.
Ainda que saibamos que esses materiais são extraídos das profundezas das minas, a verdadeira história da sua formação e jornada à superfície permanece um mistério para muitos.
Aqueles que possuem dinheiro o suficiente vão adentrar os shopping centers ou visitar uma joalheria para garantir essas preciosidades. No entanto, por trás dessas exibições brilhantes existe um trabalho minucioso de ourives, que recebem em suas mãos os materiais brutos e os transformam em verdadeiros tesouros.
Contudo, para os geólogos, a formação de diamantes ainda permanece um enigma a ser resolvido. Sua jornada, desde a formação até a sua chegada à superfície da Terra, permanece repleta de segredos insondáveis, desafiando o nosso entendimento até os dias de hoje.
Como diamantes emergem das profundezas da Terra?
É sabido que os diamantes são gerados sob altas pressões, em uma profundidade de 160 quilômetros abaixo da superfície terrestre. Os átomos de carbono se agrupam de maneira peculiar no diamante, uma forma alótropa desse elemento, na qual adotam uma estrutura cristalina cúbica centrada na face.
Nesse sentido, cientistas voltaram seus estudos para a identificação dos locais onde essas preciosidades podem ser encontradas. Normalmente, os diamantes são encontrados imersos no kimberlito, uma variedade de rocha ígnea vulcânica rica em potássio.
Quando ocorrem erupções vulcânicas, uma das várias substâncias lançadas à superfície terrestre é o kimberlito, que guarda consigo os diamantes em seu interior.
Graças à utilização dos supercomputadores da National Computational Infrastructure (NCI) em Canberra, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Wollongong alcançou uma explicação convincente que põe fim ao mistério de como os diamantes ascendem à superfície da Terra.
Uma simulação realizada em um supercomputador conseguiu recriar, de forma impressionante, a atividade vulcânica do kimberlito ao longo dos últimos 200 milhões de anos.
Esse estudo foi publicado na prestigiada revista Nature Geoscience e já é reconhecido como um marco significativo para a geologia.
“Calculamos os movimentos ascendentes do calor do núcleo e descobrimos que amplas correntes ascendentes do manto, ou ‘pilares de calor’, conectam a Terra muito profundamente à superfície”, afirmam os cientistas.
“Nosso modelo mostra que esses pilares fornecem calor sob os kimberlitos e explicam a maioria das erupções nos últimos 200 milhões de anos”, acrescentam.