‘Não é literatura’, diz James Akel sobre HQs de Mauricio de Sousa na disputa por vaga na ABL

Em meio à rivalidade e às críticas aos quadrinhos da 'Turma da Mônica', James Akel critica trabalho de Mauricio de Sousa.

Parece que a presença de vilões não se limita apenas às histórias em quadrinhos de super-heróis, mas existe também na vida real. Recentemente, o jornalista brasileiro James Akel esteve em uma entrevista à revista Veja, oportunidade na qual revelou que se candidatou à vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL) porque seu rival, ninguém mais, ninguém menos do Mauricio de Sousa e o criador da “Turma da Mônica”, também está se candidatando.

Tanto Akel quanto Mauricio são figuras de destaque atualmente, seja por seus trabalhos como jornalistas ou cartunistas. No entanto, a relação entre eles é marcada por uma forte rivalidade, chegando ao ponto de Akel afirmar que os quadrinhos não são considerados uma forma de literatura.

Sobre isso, leia um trecho mencionado por Akel na entrevista à Veja:

“Em sua carta [de Maurício de Sousa], ele diz que ‘quadrinhos são literatura pura’. Isso me deixou zangado e decidi me inscrever imediatamente. Fico assustado quando dizem que os brasileiros se alfabetizam com a Turma da Mônica. Defender isso é uma incongruência.”

Foto: Reprodução

De acordo com a perspectiva de James Akel, ao contrário do que muitos acreditam, as histórias em quadrinhos da “Turma da Mônica” não possuem nenhum poder de influência na educação das crianças, sendo meramente uma forma de entretenimento.

Por essa razão, ele considera bastante absurdo pensar que esses conteúdos podem ser utilizados como ferramentas para alfabetização. Quando questionado sobre seu conhecimento a respeito da “Turma da Mônica”, Akel argumentou que prefere se dedicar à leitura de livros de verdade, que têm conteúdos capazes de agregar valor à sua vida intelectual.

Em sua visão, os quadrinhos não podem estar no mesmo nível de literatura, que possui uma importância muito maior no desenvolvimento educacional das pessoas.

A iniciativa de Sousa

A polêmica envolvendo James Akel e Mauricio de Sousa teve origem a partir do envio de uma carta pela parte de Sousa ao presidente da Academia Brasileira de Letras.

Mauricio de Sousa se cadidata a ABL.
Foto: Shutterstock/Photocarioca

Na carta, Mauricio manifesta seu interesse em ocupar a vaga deixada pela falecida professora Cleonice Berardinelli na ABL. Esse fato foi o ponto de partida para uma série de incentivos que acabaram na decisão de James Akel de também se candidatar a uma vaga na Academia.

A partir daí, a rivalidade entre os dois se intensificou, com Akel fazendo duras críticas ao trabalho de Mauricio de Sousa e à sua pretensão de se tornar membro da Academia. Por sua vez, Mauricio de Sousa comenta sua própria candidatura à vaga:

“Esta candidatura é para reunir esforços com todos os acadêmicos em levar a importância desta entidade secular para que crianças e jovens conheçam mais a nossa literatura e grandes autores que por lá estão e já estiveram.”

você pode gostar também