Fenômeno raro no Lago Baical: entenda como as pedras ficam em pedestais de gelo
Diferentemente do que se imaginava, a elevação das pedras está associada a um fenômeno específico.
Você já ouviu falar do mistério do Lago Baical na Sibéria? No rio congelado, quando você arremessar uma pedra e retornar no dia seguinte, a mesma pedra terá se transformado em uma escultura de gelo.
A pedra fica equilibrada no pedestal similar às pedras Zen da cultura japonesa. Recentemente, cientistas compartilharam estudos sobre esse mistério. Continue lendo e entenda mais!
O grande mistério das pedras no lago é explicado pelo ciclo da água
Anteriormente se pensava que a formação dos pedestais de gelo acontecia em consequência da quebra e do derretimento da superfície, porém não foi isso que o estudo identificou.
A região do lago de Baical comporta baixas temperaturas, na maioria do tempo inferior a zero, e não possui alta precipitação ou umidade do ar. Nesse cenário, a pesquisa publicada pela revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) explica o fenômeno através da sublimação do gelo.
O processo de sublimação acontece quando o gelo passa diretamente para o estado gasoso sem necessariamente derreter em líquido. Esse é um fenômeno natural e geralmente acontece em ambiente com temperatura inferior a zero.
Além disso, a superfície não pode ter recebido nenhuma quantidade de gelo por pelo menos duas semanas. Com todas as características já mencionadas desse local, a luz do Sol gera a sublimação do gelo. Porém, o gelo que está debaixo da pedra não passa por esse processo, pois recebe menor energia.
Assim, cria-se a escultura onde há menor contato com a luz do Sol. Esse é um fenômeno pontual e raro, pois, após a formação da escultura de gelo, a luz solar entra em contato com ela, realizando a sublimação, e a pedra retorna à superfície.
Essa descoberta pode ajudar a NASA em um projeto chamado Europa Lander, que tem o objetivo de coletar amostras na superfície da lua Europa, um dos satélites de Júpiter. Com isso, pode-se ajudar a planejar o pouso das sondas, evitando que elas fiquem presas no gelo, pois a lua tem uma região similar ao lago da Sibéria.