Jornada de trabalho de 4 dias será a nova realidade do Brasil?
Antes de ser colocado em prática, mitos relacionados à medida precisam ser colocados à prova no país.
Dentro de poucos meses, o Brasil vai passar por um experimento referente à redução da jornada de trabalho, a qual passará de seis dias semanais para quatro.
Essa mudança radical na quantidade de dias passará a ser implantada por uma organização que não possui fins lucrativos chamada 4 Day Week. Isso ocorrerá entre os meses de junho e dezembro deste ano em conjunto com a empresa Reconnect Happiness at Work.
E aqui, vale lembrar que o Brasil não tem sido o único país a passar por tamanho experimento, já que as companhias envolvidas têm a missão de desenvolver testes ao redor do globo.
Quais empresas vão participar?
Ainda não há uma lista completa de empresas que estarão nesse projeto. Contudo, todas aquelas que tiverem algum interesse em fazer parte serão bem-vindas, pois não há nenhum número mínimo de funcionários necessários para o projeto.
Apenas será necessário que respondam a um formulário, o qual se encontra disponível no site oficial do projeto. Esse experimento ainda conta com um processo preparatório antes de o teste em si começar.
No entanto, até o momento já há informações de que será necessário efetuar uma taxa de pagamento, muito embora ainda não haja valor definido.
Trabalhando 4 dias por semana
A missão por trás dessa redução drástica na jornada de trabalho é que o funcionário permaneça recebendo 100% do seu salário enquanto trabalha 80% do tempo. Ao mesmo tempo, que consiga manter a produtividade, ou até eleve o nível.
Nesse processo, haverá avaliação de pontos como o estresse produzido pelo trabalho, o modo como as pessoas passarão a lidar com a vida pessoal e profissional, bem como a vida financeira do trabalhador.
O principal objetivo é mostrar às empresas se implantar essa nova modalidade de trabalho seria benéfico ou não para os números da companhia. Mas parece que terá que enfrentar um obstáculo: mitos.
De acordo com Renata Rivetti, atual diretora da Reconnect e especialista em felicidade corporativa, no Brasil, há o mito de que a produtividade é proporcional às horas que o indivíduo trabalha, o que não corresponde à verdade.
“É um projeto com foco inicial no aumento de produtividade, mas que acaba resultando em ganhos para os indivíduos, suas famílias e para toda a sociedade.
As empresas que adotaram a semana de trabalho de 32 horas percebem maior atração e retenção de talentos, envolvimento mais profundo do cliente e melhor saúde e felicidade dos colaboradores”, diz Renata.
Para ela, adotar essa novidade poderá trazer benefícios para a saúde mental dos trabalhadores.