Impressões sobre a 2ª temporada de Pico da Neblina
As diversas reviravoltas e surpresas presentes na produção, segue a interessada ideia do que é vilão e do que é mocinho na trama
Pico da Neblina deixou de ser uma série sobre um cenário “inviável” para tratar de um lugar de completa felicidade na sociedade brasileira. A piada é inevitável: acreditar que a extrema-direita realmente legalizaria o comércio da maconha no país, ao mesmo tempo que impõe seu posicionamento conservador, é como realmente acreditar que a terra é plana.
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No entanto, a produção não perde seu valor, embora seus três primeiros episódios da nova temporada tenham seguido um rumo completamente diferente em comparação com a primeira, pois, afinal, grande parte do seu sucesso provém da ideia: “e se as coisas fossem diferentes?”.
A grande atração da série é pensar e perceber como tudo acaba se moldando em torno de uma pequena decisão sobre uma droga, seja no mundo do crime ou dos negócios.
Em resumo, é uma série que traz como tema central a economia, porém, contada em vistas humanas, uma grande simulação que faz uso da fantasia para abordar as consequências dos movimentos políticos na população.
A primeira temporada acabou sendo muito afetada pela tendência um tanto travada na hora de reproduzir algumas referências, se aproximando consideravelmente da brincadeira de ser um “Breaking Bad da maconha” devido às consequências da legalização no tráfico.
Porém, já na segunda temporada, pelo menos em seus primeiros episódios, pode-se concluir que há um interesse em afastar desse conceito. Tendo como foco, novamente, o tráfico e o conflito que se forma contra o comando de CD (Dexter) na região.