Ícone da Bossa Nova, Carlos Lyra morre aos 90 anos e deixa um legado eterno!
O músico já havia recebido elogios de Tom Jobim e era um dos maiores ícones da velha geração.
A música brasileira sofreu uma grande perda recentemente. No último sábado, 16, o compositor, violonista e cantor Carlos Lyra, de 90 anos, faleceu no Rio de Janeiro.
Considerado por muitos um dos artistas com maior prestígio no país, Lyra deixa um enorme legado artístico na Bossa Nova, além de uma trajetória invejável.
O músico ajudou a revolucionar a MPB e contribuiu para a criação dos principais gêneros musicais existentes atualmente.
O próprio maestro Tom Jobim tecia elogios para Carlos, ao alegar que este era um “conhecedor dos caminhos”.
Em uma modesta biografia disponível na internet, o artista contou brevemente como a música entrou em sua vida. Seu pai tocava flauta e dançava como poucos, enquanto a mãe era uma excelente violinista.
Já quando jovem, Lyra serviu ao Exército, mas devido a um acidente na perna em um campeonato, teve de ser imobilizado. Assim, para ele passar o tempo, a matriarca da família presentearia o filho com um violão.
Esse foi o começo para uma brilhante carreira que levaria o rapaz para longe dos quartéis em direção aos palcos mais aclamados do Brasil.
Principais composições de Lyra
Carlos Lyra foi um grande compositor da Bossa Nova – Imagem: Jornal Nacional/Reprodução
A primeira composição do músico originou-se no ano de 1954 e foi batizada de ‘Quando Chegares’. Nomes marcantes como Elis Regina, João Gilberto, Maria Bethânia e Miúcha cantaram junto de Carlos Lyra, chamado por muitos de Carlinhos.
Assim, em uma carreira ativa de quase 70 anos, inúmeras vozes fizeram parceria com ele, como o famoso poeta Vinícius de Moraes, que assinou em conjunto um dos maiores sucessos de Carlos Lyra.
Lembrando que o músico também comporia inúmeras canções voltadas ao teatro e ao cinema, o que marcaria tais produções para sempre.
Quando a Ditadura Militar começou em 1964, ele seguiu o exemplo de muitos colegas da classe artística e resolveu ir embora do país, a fim de evitar ser preso ou que suas composições fossem censuradas pelos militares.
Apesar disso, um disco inteiro seu foi alvo dos censores, e, por 12 anos, Carlinhos Lyra viveria nos EUA e no México.
Assim, absorvia elementos das culturas desses dois países e fazia diversos amigos, como o saxofonista norte-americano Stan Getz, que se tornou um admirador da nossa Bossa Nova.
Oito anos atrás, quando pisou em um dos palcos mais reconhecidos do mundo, o Carnegie Hall em Nova York, Carlos Lyra relembraria as influências musicais que moldaram a sua trajetória, além das antigas parcerias que se somaram às suas melodias.
“Então nesse Carnegie Hall nós tivemos contato com muitos americanos de música. Com nossos ídolos, né”, disse o cantor e compositor.
O músico nos deixou enquanto estava internado no Hospital Unimed-Rio, situado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Ele estava em observação desde a quinta-feira, 14 de dezembro, por conta de febre. A causa do falecimento não foi divulgada até o momento.