Fragmentos de bases militares da URSS revelam coisas interessantes
Esses objetos e fragmentados encontrados poderiam contar a história da Guerra Fria e auxiliar com estudos sobre os conflitos modernos.
Os últimos anos da Guerra Fria contou com soldados da URSS se instalando nas zonas remotas polonesas, onde receberam suas famílias para que fosse preservado um segredo perigoso por baixo das áreas silvestres.
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Por dezenas de anos, as bases de Podborsko, Templewo e Brzeznica Kolonia abrigaram grande parte dos militares e passavam a sensação de uma vida pacífica na região, porém, não mostra que eles hospedavam ogivas nucleares mais poderosas que as de Hiroshima e Nagasaki.
As bases militares, que foram construídas durante os anos de 1960, foram excluídas dos livros de história como uma estratégia da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) para exercer uma força rápida contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em caso de ser atacada pela aliança intergovernamental.
É estimado que um pouco mais de 140 soldados moraram nas instalações, que era controlada pela república do leste europeu. Com o tempo, mais cidadãos foram chegando as bases e passaram a morar lá com um estilo de vida cotidiano e cheio de tarefas efêmeras como se o contexto fosse de uma cidade interiorana.
Anos depois, o arqueólogo da Universidade de Estetino, na Polônia, Grzegorz Kiarszys, se valeu de fotos aéreas, pesquisas de campo e imagens de satélite para descobrir a história do ‘’projeto supersecreto’’
A descoberta, o abandono e o passado
A documentação sobre o programa sumiu completamente após serem entregues a URSS em 1969. Em 1991, com a retirada da URSS, o povo polonês descobriu que o seu país teria abrigado incontáveis armas nucleares.
“Foi um choque”, disse Kiarszys. “Foi-nos garantido pelos governos soviético e polonês que nunca houve uma arma nuclear no território da Polônia. A ideia em si era maluca. Mas era assim que os generais soviéticos acreditavam que a guerra na Europa iria acontecer”.
Depois das bases serem abandonadas, as regiões se tornaram aterros históricos. O lixo é “completamente diferente” do que teria sido achado nos depósitos tradicionais.
Foram encontrados sapatos de marcas Ocidentais, peças de Lego, pedaços de uniforme em decomposição, embalagens de doces, patos de borracha e telefones de brinquedo.
Para Kiarszys, entender o passado daqueles que viveram nas antigas bases é descobrir coisas que não foram registradas em documentos oficiais. Esses objetos e fragmentados encontrados poderiam contar a história da Guerra Fria e auxiliar com estudos sobre os conflitos modernos.