Fatores decisivos: o que decretou o 'fim' dos fliperamas no Brasil? Veja

Jeito antigo de jogar videogame resiste na memória de muitas pessoas, mas está longe de competir com as tecnologias atuais.

Os tradicionais fliperamas ainda resistem em poucos lugares do Brasil, mas estão longe de ser o que já foram um dia.

Aquela sensação de comprar uma ficha baratinha que levou milhares de pessoas aos locais de jogos, nos anos 80, 90 e início dos 2000, perdeu espaço para outras formas de relação com o videogame.

Se antes havia fliperamas em diferentes estabelecimentos e locais, hoje eles estão restritos a algumas salas de shopping ou centros temáticos de diversão.

Fora isso, o que antes custava alguns centavos, somente, ficou bem mais caro nos dias de hoje.

Quem se recorda bem do passado tende a se perguntar: o que, de fato, contribuiu para a derrocada dos fliperamas ao longo do tempo? Vamos tentar responder essa questão. Acompanhe!

O fim dos fliperamas

Fliperamas são uma parte da infância de muitas pessoas – Imagem: Reprodução

O primeiro aspecto que contribuiu para a diminuição das casas de fliperama tem a ver com a parte financeira.

Como qualquer tecnologia, existe a necessidade de que os equipamentos vivam em constante evolução, mas isso não é nada barato.

Do meio para o fim dos anos 90, os donos de locais de jogos começaram a conviver com a elevação dos custos de manutenção e aprimoramento das máquinas.

Isso aconteceu, por exemplo, quando o CPS3 foi lançado, com o famoso ‘Street Fighter 3’, considerado um jogo avançado para a época.

Outro elemento que complicou a parte financeira tem a ver com os impostos. No Brasil, os tributos aplicados sobre videogames e equipamentos relacionados sempre foram altos.

Fora isso, muitos estados começaram a criar leis que proibiam a presença de menores de 18 anos em casas de fliperamas.

Esse contexto todo, além de dificultar os investimentos por parte dos donos, resultou também no aumento do valor das fichas.

Assim, o desajuste da receita interna dos estabelecimentos foi repassado aos clientes, com a elevação dos preços.

Surgimento dos consoles

Consoles começaram a tomar lugar dos fliperamas – Foto: Reprodução

Para piorar o cenário, ainda nos anos 90, houve o boom dos jogos 3D e, em seguida, o lançamento do primeiro PlayStation.

O diferencial nos gráficos, com uso de equipamentos de última geração, chamou a atenção dos jogadores, de imediato.

Esse movimento ocorreu, primeiro, nos Estados Unidos. Muitas pessoas perceberam que podiam ter, no conforto de casa, um equipamento menor e mais tecnológico, que gerava o mesmo entretenimento.

No Brasil, todo esse processo demorou um pouco mais, por causa do acesso. Enquanto os EUA já tinham PlayStation, Nintendo 64, Saturn e outros consoles, os brasileiros tinham somente os equipamentos da TecToy (Master System e Mega Drive).

Os fliperamas mantiveram a relevância em solo nacional por um tempo maior. Os novos videogames só começaram a chegar oficialmente ao Brasil nos anos 2000.

A transformação, no entanto, foi rápida. Logo, os jogadores perceberam que não precisavam mais sair de casa para jogar.

Pirataria e download de emuladores

Somado a todo esse contexto, teve início ainda dois processos que se juntaram para dificultar a vida dos fabricantes e donos de fliperamas.

Estamos falando da pirataria de jogos e equipamentos e do download de emuladores direto nos computadores.

O mercado começou a se adaptar ao novo contexto tecnológico. Os jogadores puderam comprar bibliotecas inteiras de jogos salvas em CDs ou disquetes, que vinham com emuladores já configurados para facilitar a instalação no computador.

Nenhum centavo dos lucros obtidos com esse tipo de venda ia para os desenvolvedores ou empresas responsáveis pelos títulos eletrônicos.

Isso se tornou mais um baque financeiro, o que mostrou a decadência do mercado algo iminente.

Disputa entre consoles e evolução dos jogos

Para evitar que aconteça o mesmo com os consoles atuais, a disputa acirrada entre PlayStation, Xbox e Nintendo, por exemplo, consiste em apostar na evolução tecnológica e jogos com múltiplas facilidades para atender os anseios dos jogadores.

Em constante evolução, ao contrário do que os fliperamas não conseguiram manter, a concorrência atual visa surpreender os clientes e focar em jogos com recursos cada vez mais aprimorados, com gráficos e imagens de excelente qualidade.

Apesar da nostalgia e do prazer que alguns preservam em jogar nas grandes máquinas dos fliperamas, a quantidade de interessados é bem menor do que a atração gerada pelos modelos mais tecnológicos.

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