Evento geológico na Lua é grande desafio para novos cientistas

A Lua tem sido estudada há décadas, mas um novo fenômeno pode colocar as futuras missões em risco. Entenda o que acontece agora com esse satélite natural.

De certo modo, a estrutura da Lua se assemelha à da Terra. Assim como o planeta, nosso satélite natural é rochoso e possui partes internas como o núcleo e o manto.

Isso significa que a estrutura da Lua é geologicamente ativa, como a da Terra.

Como aqui, lá também há diferentes relevos, dinamismo, evidências de vulcanismo, terremotos, entre outros.

Curioso, certo? Veja a estrutura lunar abaixo, em representação do National Geographic Portugal:

 

 

Ilustração de estrutura lunar, indicando o manto (1), a zona de fusão parcial (2), a parte externa do núcleo (3) e a parte interna do núcleo (4) – Imagem: Sean McNaughton (ilustrações), Luna Shyr/National Geographic Portugal/Reprodução

Primeiras missões espaciais na Lua

No contexto da Guerra Fria, após um avanço significativo da União Soviética na corrida espacial, os Estados Unidos sentiram-se ameaçados, fundaram a NASA e, entre outros acontecimentos, implementaram a missão Apollo 11.

Sendo assim, os astronautas Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin foram os primeiros humanos a pisarem na lua.

Mesmo após tantos anos, visto que o evento ocorreu em julho de 1969, a seguinte frase ainda faz muito sentido:

“Um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para humanidade.” 

Desde então, os cientistas vêm estudando nosso satélite natural.

Com as investigações atuais, um evento geológico da Lua chamou a atenção dos pesquisadores, pois pode ser um grande desafio para os novos cientistas.

O que está acontecendo na Lua?

Especialistas em exploração espacial e geologia lunar estão intrigados com uma descoberta impressionante: a redução da circunferência lunar tem desencadeado terremotos na superfície do astro.

O maior desafio de tal evento é que esses terremotos ocorrem em áreas próximas aos potenciais locais de visitas humanas planejadas pela NASA.

O renomado geólogo lunar, Tom Watters, desmistificou a noção de que a Lua é um corpo geologicamente inerte, destacando que o satélite está sujeito a atividades sísmicas.

Desde a missão Apollo, sismômetros foram implantados pelos astronautas no lado próximo da Lua para registrar tremores. Um dos terremotos mais intensos foi detectado próximo ao polo sul lunar.

Esta é uma área de grande interesse para a missão Artemis III da NASA, agendada para ocorrer em 2027. A região, com suas áreas permanentemente sombreadas, é suspeita de abrigar gelo à base de água.

Watters e sua equipe associaram esse terremoto a um conjunto de falhas ativas que surgiram à medida que a Lua encolheu, sugerindo a possibilidade de deslizamentos de terra.

Apesar das descobertas, persistem incertezas sobre os locais perigosos para o pouso lunar.

O que pode estar fazendo a Lua encolher?

O encolhimento lunar, embora sutil, é mensurável. Parte desse fenômeno é atribuída ao resfriamento do núcleo do astral.

Isso resulta na contração da superfície e na formação de falhas de empuxo. A influência da gravidade terrestre também contribui para essas falhas. Além disso, enquanto a Terra apresenta várias placas tectônicas móveis, a Lua tem apenas uma.

O encolhimento lunar tem efeitos insignificantes na Terra, não afetando eclipses nem marés.

Embora as falhas lunares estejam associadas à atividade sísmica, muitas permanecem ativas. Um estudo recente vinculou os terremotos lunares às falhas, apontando a necessidade de compreender melhor os riscos para futuras explorações humanas.

As discussões sobre os terremotos lunares e seu impacto em missões futuras divergem. Alguns defendem precauções rigorosas, já outros minimizam os riscos.

Para uma compreensão completa dos perigos, a comunidade científica precisa aprofundar seu entendimento das condições lunares e de suas implicações para futuras explorações espaciais.

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