Crise dos 8 anos de casamento: por que há tantos divórcios nessa fase?
Um fator pode interferir nisso, veja!
É muito comum vermos casais mais velhos que ficaram juntos durante a vida inteira, com 30 anos ou mais de casamento. Entretanto, existem casais que, infelizmente, não conseguem passar poucos anos juntos depois de casados. Mas por que será que os divórcios após 8 anos de matrimônio aumentaram tanto?
De acordo com um estudo de Levinson, Vaillant e Sheehy, há uma possível explicação para isso. Vamos trazê-la mais abaixo neste artigo! Então, se você tem essa dúvida, continue lendo para entender melhor o que acontece.
Por que os casais se divorciam após 8 anos de casamento?
Segundo o censo, em média, os primeiros casamentos de casais divorciados têm uma duração de 8,2 anos. Isso evidencia a conhecida “coceira dos sete anos”.
De acordo com os pesquisadores, foi descoberto que há algo bem diferenciado nesse intervalo de seis a dez anos de relação: os casais vivem, aproximadamente, sete anos de estabilidade, seguidos por dois a três anos de inquietação antes de entrar na próxima fase que, geralmente, leva ao término.
Depois da estabilidade, vem a ‘próxima fase’
Durante esse período chamado de “próxima fase”, diferentes aspectos podem se tornar o foco, seja o trabalho e a carreira, ou até mesmo a necessidade de aceitar um emprego em outro local.
Também entram na conta o envelhecimento do corpo e os planos de longo prazo, o desenvolvimento da infância dos filhos e o relacionamento com os pais, ou até mesmo o relacionamento íntimo do casal.
Acontece que a vida que é construída com suas próprias regras e rotinas geralmente deixa de funcionar após esse período de estabilidade.
E qual a razão? Porque o parceiro desempenhou um papel primordial em atender às suas necessidades no início do relacionamento: sair da zona de conforto, buscar estabilidade ou ter um bebê, valorizar-se dentro do casamento… porém as necessidades evoluem.
Então, a pessoa que está inquieta no relacionamento se encontra presa em uma caixa de vida que construiu. E, aquilo que antes apreciava no seu parceiro, agora está causando desconforto: a solidez, estabilidade e equilíbrio agora parecem inflexibilidades e sinais de controle extremo; o espontâneo e divertido está um tanto exagerado em drama.
São esses pequenos detalhes que fazem os parceiros perderem a cabeça e acabarem brigando. Pois tudo parece virar um motivo para briga. E talvez seja, mesmo. Pois, com o tempo, outra coisa que a tende a desaparecer aos poucos é a comunicação.
Divórcio após 8 anos de matrimônio: estagnação do relacionamento é uma das causas
Além disso, é normal que uma ou as duas pessoas do casal sintam atração por outras pessoas durante o matrimônio. O estudo estima que 8 a cada 10 pessoas em relacionamentos já traíram seus parceiros ou sentiram vontade de fazer isso.
Porém a traição, no sentido monogâmico da palavra, não significa, para muitos dos voluntários entrevistados na pesquisa, que eles deixaram de amar seus parceiros.
Se tudo isso é verdade, mas também sabemos que os casais que estão juntos há mais tempo também existem e que esse tipo de parceria é possível, então qual é o melhor caminho para um matrimônio duradouro e que não leve a um divórcio após 8 anos de casamento?
Um dos pontos que os pesquisadores apontam é que os casais precisam tentar. De verdade. Essa coisa de “não está dando certo” e acabar se separando sem nenhum acompanhamento psicológico ou psiquiátrico só levará a mais frustração no futuro, só que agora para outros casais diferentes.
Afinal, a tendência é que, depois do divórcio, daqui uns dois ou três anos, o antigo casal encontre outras pessoas e forme novos casais, tão problemáticos quanto o primeiro – às vezes até mesmo reproduzindo os mesmos comportamentos que levaram ao divórcio após 8 anos de relação.
Então, este não é o melhor caminho. Os especialistas dizem que os casais precisam tentar. Debater, conversar e lidar com tudo o que está acontecendo. Enfrentar a estagnação de um relacionamento longo.
Como evitar que um bom relacionamento tenha problemas irreversíveis?
De acordo com a psicóloga Vanessa Lancaster, é preciso um trabalho de equipe para manter um matrimônio em pé após tantas realizações juntos:
“(…) menos trabalho pesado e mais trabalho em equipe, menos sentimento de rejeição e mais ser ouvido, estilo de vida menos frenético e mais estável, mais intimidade e sexo.”
Com apoio de terapia de casal (se for necessário e consenso de todos os envolvidos), psicólogos, psiquiatras, os casais vão se adaptando e trazendo todo o marasmo e calma que eles encontravam nos primeiros anos de casamento. Além disso, eles estarão construindo ainda mais detalhes que farão toda a diferença no final das contas.
Por fim, os especialistas também ressaltam a importância de manter uma rede de apoio independente do relacionamento. Amigos, familiares, colegas de trabalho, de religião e demais grupos de suporte precisam fazer parte da vida das pessoas para que os casais não se isolem dentro do relacionamento e acabem se desgastando.