Daqui 500 anos, todos os japoneses poderão ter o mesmo sobrenome

Legislação do país favorece dominância de determinados nomes. Um deles, especificamente, não para de ser registrado.

Um estudo recente revelou um dado importante sobre o futuro do Japão: se as leis restritivas de casamento no país não mudarem, todos os japoneses vivos poderão ter o mesmo sobrenome um dia. Já pensou?

O Japão ainda preserva a regra que exige que os casais compartilhem o mesmo sobrenome, após o casamento. Em geral, as esposas são quem assumem o nome do marido.

Existe hoje um movimento para tentar mudar essa regra dos sobrenomes, composto principalmente por mulheres e pessoas que desejam preservar a diversidade dos nomes japoneses.

Isso porque alguns deles estão se tornando dominantes, com o passar do tempo.

O estudo feito pela Universidade de Tohoku, em Sendai, revelou que se não houver mudança na legislação, todos os japoneses poderão ter o sobrenome Sato até 2531.

Ele já é hoje o mais comum no país e segue ampliando a sua dominação, seguido de Suzuki e Takahashi.

Milhões com sobrenome Sato no Japão

Estudo revela tendência de dominação do mesmo sobrenome no Japão – Foto: Reprodução

Hoje, segundo dados do projeto ‘Think Name Project’, que faz parte do grupo que reivindica por uma mudança na lei, cerca de 1,8 milhão dos 125 milhões de habitantes do Japão, já possuem o sobrenome Sato.

Daqui 500 anos, a preponderância dele tende a se confirmar.

A projeção feita pelo estudo da Universidade de Tohoku, no entanto, foi feita com base no índice atual de casamentos.

E ela pode não se tornar realidade, devido a uma tendência que se mostra marcante no país, a cada ano: o declínio do número de matrimônios.

Só no ano passado, o número de casamentos no Japão reduziu 6%, em relação a 2022. O total foi de menos de 500 mil registros, tornando-se a primeira vez em 90 anos que essa marca foi atingida. Enquanto isso, os divórcios aumentaram 2,6%.

O economista Hiroshi Yoshida, que liderou a pesquisa, disse que se essa tendência de declínio for mantida, o resultado do cálculo sobre a dominação do sobrenome Sato deve mudar.

Diminuição e envelhecimento da população

Por outro lado, existe outro aspecto que se soma a esse contexto: a redução populacional, com queda da taxa de natalidade, e o consequente envelhecimento dos moradores do país.

No ano passado, a quantidade de idosos no Japão chegou a quase 30% da população.

“A possibilidade de extinção da raça japonesa é alta”, escreveu Yoshida no relatório da pesquisa.

Ao mesmo tempo, essa realidade sugere, também, a possibilidade de extinção de determinados nomes e sobrenomes. Ou seja: com tantos Satos já existentes no país, a dominância pode se tornar ainda mais perceptível.

*Com informações da CNN Brasil.

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