Conta de luz mais cara? Ondas de calor elevam uso de energia e pressionam sistema

Crise climática afeta diretamente a demanda de uso de energia elétrica. Com tanto calor, pessoas tendem a gastar mais para se refrescar.

Os efeitos das ondas de calor e da falta de chuva devem respingar também nas contas do mês. Segundo especialistas, as condições climáticas vão impactar diretamente a luz paga pelos brasileiros.

Dados da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) estimam um aumento do valor em torno de 6,58% para 2024, que pode chegar a 10,41%, conforme a situação.

No mês passado, a demanda de energia bateu recordes no Brasil. Com as altas temperaturas, os brasileiros recorreram a tudo que podiam para refrescar e gerar mais conforto. A consequência, claro, foi um aumento significativo do consumo.

Futuro que preocupa

Crise climática, com constantes ondas de calor no Brasil, pressiona o sistema de energia elétrica do país – Foto: Internet/Reprodução

A maior parte da geração de energia no Brasil vem de fontes renováveis, como hidrelétricas. Hoje, os reservatórios estão cheios, mas e daqui a alguns meses? Essa é a grande pergunta que ronda os órgãos responsáveis.

Para atender a demanda em horário de pico e evitar apagões, em novembro, por exemplo, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) teve de aumentar a capacidade de geração, e isso impactou a conta de luz.

Tudo indica que novas ondas de calor voltarão a ocorrer no Brasil. A expectativa é que dezembro feche o mês com um consumo maior, em relação ao mesmo mês do ano passado.

Para 2024, a estimativa é que os brasileiros demandem em torno de 3,5% a mais de energia elétrica. Ou seja: o cenário é preocupante.

Consequências em cadeia

Caso seja necessário fazer o despacho de usinas termelétricas para suprir o consumo, é impossível pensar o sistema sem o aumento do valor da energia.

O contexto se caracteriza, basicamente, pelo desencadeamento de consequências. O calor elevado requer mais energia, o que pressiona o sistema e gera a necessidade de uso das termelétricas.

Tal situação fica ainda mais grave, se levar em consideração a possível redução do volume de chuvas. O fenômeno El Niño contribuiu para o registro de chuvas abaixo da média nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste/Norte. Somente no subsistema Sul os registros oscilaram positivamente.

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