Cientistas estão preocupados com nova descoberta sobre núcleo da Terra
Estudo revela que núcleo interno da Terra é mais flexível do que imaginávamos.
O núcleo terrestre, composto principalmente por ferro e níquel, dividido em núcleo externo e interno, surpreendeu os cientistas recentemente.
Anteriormente considerado rígido, um estudo conduzido por uma equipe da Universidade do Texas em Austin e parceiros na China revelou algo completamente inesperado.
Os pesquisadores descobriram que o núcleo interno da Terra é mais flexível do que se pensava, possivelmente devido a atividades em nível atômico. Essa nova informação contradiz estudos anteriores, os quais afirmavam que o núcleo da Terra era sólido.
A descoberta pegou a comunidade científica de surpresa.
Imagem: BBC/Reprodução
É possível que núcleo da Terra seja líquido?
A estrutura sólida dos átomos de ferro que compõem o núcleo interno está sujeita a pressões extremamente altas, consideradas as mais elevadas no planeta. No entanto, a pesquisa revelou que, mesmo nessas condições, existem espaços para movimentos inesperados.
Publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo identificou grupos específicos de átomos de ferro no núcleo interno capazes de se movimentar rapidamente, alterando sua posição em uma fração de segundo, embora a estrutura metálica subjacente do ferro permaneça a mesma.
Essa capacidade de movimento, denominada “movimento coletivo”, é comparável à troca de lugares à mesa durante um jantar.
Youjun Zhang, físico da Universidade de Sichuan e coautor do estudo, explicou em um comunicado que a descoberta surpreendente foi a maleabilidade do ferro sólido encontrado nas camadas mais internas da Terra, permitindo que seus átomos se movam muito mais do que os cientistas poderiam imaginar.
Essa descoberta significativa deixou a comunidade científica completamente desconcertada, pois o núcleo interno desempenha um papel crucial na dinâmica e geologia do planeta, especialmente nos processos que influenciam o campo magnético da Terra, frequentemente abordados no ensino escolar.
Para alcançar esses resultados, os cientistas simularam em laboratório o núcleo interno da Terra, utilizando uma pequena placa de ferro e disparando um projétil em alta velocidade contra ela.
Os dados de temperatura, pressão e velocidade do experimento foram inseridos em um modelo de aprendizado de máquina, permitindo a observação do comportamento dos átomos no núcleo interno.
A compreensão da atividade do núcleo interno em escala atômica pode direcionar futuras investigações sobre a geração de energia e calor nessa região.
Além disso, também pode esclarecer a relação entre o núcleo interno e externo, e como ambos colaboram para gerar o campo magnético, um elemento fundamental para compreender a habitabilidade da Terra.