CGI: a tecnologia polêmica que está transformando o cinema
A computação gráfica revolucionou a produção cinematográfica desde os anos 70 até os dias atuais, mesmo que, em alguns casos, tenha sido alvo de críticas.
A computação gráfica, popularmente conhecida como CGI (Computer-Generated Imagery), representa um dos avanços mais marcantes na indústria cinematográfica.
Embora sua implementação nas telonas tenha ocorrido pela primeira vez na década de 1970, foi nos anos 90 que seu potencial real começou a se manifestar de maneira impressionante.
Esta era trouxe consigo produções cinematográficas milionárias, repletas de efeitos visuais e tecnologia de ponta.
No entanto, a utilização desse recurso tecnológico não está isenta de controvérsias.
Entendendo o termo ‘CGI’
O termo CGI, que significa “imagens geradas por computador”, é uma expressão versátil que, quando aplicada à produção de mídia, refere-se principalmente aos efeitos visuais especiais.
O marco inicial para essa tecnologia foi o filme “Westworld”, em 1973.
No entanto, foi “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, dirigido por James Cameron em 1991, que verdadeiramente popularizou o uso da CGI.
Nesse filme, a tecnologia foi usada para dar vida ao icônico vilão T-1000, um ciborgue de metal líquido.
Na década de 90, outros filmes também fizeram uso notável dos efeitos visuais.
“Jurassic Park” (1993) transportou o público para um mundo de dinossauros gigantes, enquanto “Toy Story” (1995) marcou a estreia do primeiro filme de animação inteiramente produzido por computador.
Imagem: Reprodução
“Titanic” (1997) combinou efeitos práticos e visuais para recriar de maneira realista a história do navio, uma vez que a construção de uma réplica real era impraticável.
A computação gráfica é uma ferramenta versátil que pode ser aplicada de diversas maneiras.
Ela permite a criação de elementos que seriam difíceis de construir fisicamente, como personagens não humanos, cenários grandiosos, paisagens extraordinárias e sequências de ação espetaculares.
Portanto, é comumente encontrada em obras de ficção científica, ação, fantasia e filmes de super-heróis.
Conforme a tecnologia evolui de maneira exponencial, a gama de possibilidades para seu uso também se expande.
Uma das tendências atuais no cinema é o efeito rejuvenescedor, exemplificado por Martin Scorsese em “O Irlandês” (2019).
Neste filme, em vez de contratar outros atores para interpretar versões mais jovens de Al Pacino e Robert De Niro, os atores foram transformados digitalmente.
No entanto, surgem debates sobre os limites da CGI no cinema. Até que ponto a tecnologia pode substituir elementos humanos?
Robert De Niro expressou sua crença em um limite para o uso da CGI, afirmando que, embora a tecnologia possa criar um novo tipo de entretenimento, ela não deve substituir aspectos humanos e criados por indivíduos.
A crescente evolução tecnológica também desencadeou debates sobre o uso responsável da CGI.
Atualmente, o SAG-AFTRA (Sindicato dos Atores dos Estados Unidos) está em greve contra práticas abusivas dos estúdios de Hollywood, que inclui a regulamentação do uso de CGI.
O uso excessivo dessa tecnologia pode levar à substituição de atores, uma preocupação evidenciada por projetos como “Finding Jack”. Esse projeto pretendia reviver James Dean digitalmente, o que gerou uma repercussão negativa.
Embora filmes mais recentes, como “Avatar” (2009) e sua sequência “Avatar: O Caminho da Água” (2022), tenham recebido elogios por seus efeitos especiais grandiosos, outros optaram por técnicas mais tradicionais.
“Top Gun: Maverick” (2022) não recorreu a imagens computadorizadas para criar cenas de voo, preferindo a autenticidade das acrobacias aéreas. “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015) foi amplamente elogiado por suas técnicas complexas de efeitos práticos.
A CGI continua a desempenhar um papel crucial na indústria cinematográfica, oferecendo novas possibilidades criativas. No entanto, sua utilização e impacto geram debates constantes.
À medida que a tecnologia avança, a relação entre o cinema e a CGI continuará a evoluir, moldando o futuro da sétima arte.