Batalha de streamings: plataformas brigam pela supremacia dos animes japoneses
Entenda o motivo pela competitividade nesse mercado de constante crescimento.
Juntamente com a evolução da tecnologia, o consumo de diferentes tipos de entretenimento vem mudando. Especialmente após a pandemia de covid-19, serviços de streaming ganharam uma grande força, investindo em públicos diversos, com títulos que não acabam, e agora estão fortemente presentes em nossas vidas.
Um dos conteúdos mais populares entre os gêneros disponíveis nesses serviços on-line são os animes. A fama desses desenhos animados oriundos do Japão é tamanha que as plataformas já se tornaram grandes investidoras e lutam para ser líderes na reprodução de animes e capitalizar a busca pelo tema.
Expansão de animes e luta por direitos exclusivos
E não é à toa que essas empresas querem liderar o gênero japonês de animação. A CEO da GEM Partiners, empresa de consultoria e entretenimento, Aya Umezo, afirma que: “[…] o pico ainda pode estar à nossa frente”, referindo-se ao mercado mundial de animes que, em 2022, estava avaliado em US$ 28.6 bilhões.
Além disso, é possível notar a imensa demanda do mercado. Isso porque a busca por animes aumentou 35% de 2021 para 2022, segundo a Parrot Analytics.
Serviços como Disney+ e Amazon Prime tentam a todo custo adicionar sucessos com direitos exclusivos, impedindo a concorrência de ter esse acesso e garantindo que uma margem do público não cancele a assinatura.
Já a Netflix se destaca ainda mais nesse ramo, firmando acordos com produtoras e estúdios japoneses com o intuito de fazer obras originais.
O diferencial da Netflix
Após fechar acordo com o estúdio japonês Production IG, em 2018, a Netflix alavancou suas produções e, segundo Christofer Hamilton, da Perrot Analytics, se tornou:
“[…] a plataforma que impulsionou a maior demanda por anime no mundo em 2021.”
Isso pode irritar alguns na indústria de animes, já que o método de produção desses desenhos envolve uma gama de outros participantes, como fabricantes de brinquedos, emissoras de TV etc. Mas, de qualquer forma, os números alcançados por esses streamings ainda são pequenos no Japão.
O que preocupa os produtores do país é que a exclusividade de certas obras pode privar o crescimento do consumo desses trabalhos, já que streamings não são o foco de consumo japonês.
Essa preocupação é atenuada por acordos entre a Netflix para passar títulos com menor probabilidade de sucesso entre os japoneses, como “Demon Slayer”. Além disso, nenhum anime da plataforma entrou para os 20 mais assistidos do país.
Mesmo assim, muitos fabricantes de conteúdo do Japão se interessam pelo mercado internacional, pois muitas vezes não conseguem crescer na indústria tradicional japonesa. Por isso, hoje, temos diversos títulos e gêneros diferentes nas plataformas ocidentais.
Yuji Yamano, diretor de conteúdo da Netflix, afirma que o mercado só tem espaço para mais crescimento, o que vai de acordo com a perspectiva de alguns estúdios com projetos desafiadores para o sistema tradicionalista oriental.