Azeite em alta: preços devem subir ainda mais e preocupam consumidores
Fatores climáticos e questões geopolíticas agravam cenário, conforme indicam especialistas.
Os consumidores brasileiros têm sentido o peso do aumento constante nos preços do azeite de oliva, que atingiu o patamar mais elevado dos últimos sete anos.
A elevação constante do produto, registrada nos últimos meses, atingiu seu pico em sete anos, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançando uma inflação acumulada de 26,96% nos últimos 12 meses.
Preço vai pesar no bolso
O encarecimento do azeite tem raízes em diversos fatores, incluindo questões climáticas que impactam diretamente a produção de azeitonas. A guerra entre a Ucrânia e a Rússia, juntamente com as questões cambiais, também exercem forte influência sobre os preços.
Especialistas alertam que não há previsão de uma solução imediata, visto que fatores significativos continuam pressionando os preços.
O Brasil se destaca como o terceiro maior importador mundial de azeite de oliva e azeite extra virgem, absorvendo 8% da produção global, ficando atrás apenas da União Europeia (17%) e dos Estados Unidos (35%).
Os amantes de azeite enfrentarão problemas para comprá-lo. – Imagem: iStock/Reprodução
O aquecimento global tem afetado severamente as plantações de oliveiras em todo o mundo, especialmente na Europa, onde altas temperaturas e secas têm impactado a produção.
O El Niño, mais forte neste ano, reduziu a safra, influenciando diretamente na produção das oliveiras, gerando menos frutos para a fabricação do azeite.
Felippe Serigati, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), comparou a situação atual com o mercado nacional em 2015, quando houve aumentos consideráveis nos preços do óleo.
Em 2015, a inflação acumulada atingiu 22,75% em doze meses, mantendo-se alta nos primeiros meses de 2016, chegando a 31,24% em julho do mesmo ano.
Serigati enfatiza que esse cenário pode repetir-se nos próximos meses.
“Não seria surpreendente se registrássemos novos aumentos nos preços do azeite”, alertou o professor da FGV.
O cenário apresenta preocupações para os consumidores, já que a tendência de alta nos preços do azeite de oliva pode persistir, impactando o orçamento das famílias e influenciando hábitos de consumo.