Até 2025, Brasil planeja parar de usar lâmpadas com mercúrio

Com alto risco de contaminação ao meio ambiente e à saúde, a lâmpada com mercúrio deve ser extinta do mercado brasileiro até 2025.

Conforme estabelecido na quarta reunião da Conferência das Partes (COP) da Convenção de Minamata no ano passado, o Brasil se comprometeu a remover todas as lâmpadas fluorescentes do mercado até 2025.

A intenção é substituir essas lâmpadas por modelos de LED, que consomem menos energia e não contêm metais pesados em sua composição. Foi a partir desse cenário que as lâmpadas fluorescentes surgiram como uma alternativa mais econômica e durável às antigas lâmpadas incandescentes, sem, ainda, emitirem calor.

Isso tudo porque o mercúrio, principal componente da lâmpada fluorescente, pode causar diversos problemas de saúde em seres humanos, incluindo ataxia, problemas neuromotores e neurológicos.

Além disso, o mercúrio pode ser teratogênico a gestantes, prejudicando o desenvolvimento do feto.  A bióloga Alexandra Penedo de Pinho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que o mercúrio é especialmente perigoso para o sistema neurológico e pode até levar à morte.

Foto: Reprodução

Forma ideal de reciclar a lâmpada fluorescente

Apesar da importância da reciclagem, ela ainda é insuficiente nesse contexto para a eliminação do uso da lâmpada fluorescente.  

De acordo com a Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação (Reciclus), nos últimos seis anos, apenas cerca de 33 milhões de lâmpadas fluorescentes foram recicladas no país, o que corresponde a aproximadamente 5 milhões de lâmpadas por ano.

Esse número é significativamente inferior ao total de lâmpadas que chegam ao mercado anualmente. Só em 2022, por exemplo, foram importados 12 milhões de lâmpadas.

Diante disso, o  desafio é grande, pois é necessário conscientizar as pessoas sobre os diversos resíduos prejudiciais ao meio ambiente. Ele já sofre as consequências de desastres naturais, e o descarte inadequado de resíduos contribui para esses problemas, conforme destaca Camilla Horizonte, gerente de operações da Reciclus.

No processo de reciclagem, os componentes das lâmpadas são separados, permitindo a reutilização do vidro, dos metais e do pó fosfórico. O mercúrio é extraído por meio de tubulações conectadas a um filtro de carvão e, posteriormente, é destinado a um aterro sanitário especial.

Assim, será desenvolvido um plano entre os Ministérios da Infraestrutura e do Meio Ambiente para substituir as lâmpadas fluorescentes por LED, passando por campanhas e ações de aplicações estatais de transição, já que, em boa parte dos postes e residências de baixa renda, ainda são utilizadas as lâmpadas contendo mercúrio.

Apesar de todas as movimentações já existentes sobre a questão, as representações do Brasil no COP não confirmaram data de entrega do planejamento inicial.

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