Análises de DNA fazem descoberta incrível em cemitério medieval
Em um pequeno cemitério medieval na Irlanda, dois restos humanos foram encontrados com características semelhantes.
Operários que trabalhavam na construção de uma rodovia em uma pequena cidade irlandesa encontraram, em 2003, um antigo cemitério medieval. A descoberta aconteceu por acaso próximo à cidade de Ballyhanna e intrigou os estudiosos.
Dos 1.300 restos mortais encontrados, dois chamaram a atenção por portarem sinais de uma doença genética. Os ossos apresentavam tumores benignos, que causam deformidade no corpo, na postura e nos nervos.
Isso fez com que o caso chamasse a atenção dos pesquisadores, pois ambos exibiam sinais da condição genética: osteocondromas múltiplos, uma enfermidade que atinge uma em cada 50 mil pessoas.
Logo após a descoberta, a conclusão lógica a que os cientistas chegaram era de que os restos mortais deveriam pertencer a pessoas da mesma família.
Porém, após uma análise detalhada do DNA, evidenciou-se que os corpos não só não eram relacionados, como também pertenceram a pessoas que viveram em épocas diferentes.
A arqueóloga Eileen Murphy diz:
“Fizemos várias suposições sobre esses dois homens quando percebemos pela primeira vez que ambos sofriam de múltiplos osteocondromas.
Assumimos que eles eram contemporâneos, mas a datação por radiocarbono mostrou que eles estavam separados por centenas de anos.
Também assumimos que eles estavam relacionados, mas a nova análise demonstrou que esse não é o caso.”
Além desses fatores, que já fazem da descoberta algo único, estudos recentes indicam que a doença não teve o mesmo tipo de mutação genética como seu causador.
O cemitério
Ao que parece, o pequeno cemitério deve ter sido a morada final de diversas pessoas vitimadas por doenças como o raquitismo e a tuberculose.
Ainda segundo os arqueólogos, acredita-se que o local era parte de uma comunidade pobre gaélica, composta por trabalhadores, artesãos, agricultores, comerciantes e clérigos.
Tal descoberta torna evidente a contribuição valiosa que as análises de DNA mais modernas têm sobre eventos históricos.
Isso porque ela permite que os pesquisadores entendam como as condições que existem desde os primórdios podem afetar os humanos atualmente.