Arqueólogo afirma que mais de 8 mil pessoas povoaram a Amazônia no passado

Graças à pesquisa de Eduardo Góes Neves, foi possível descobrir e perceber que a destruição não é o único caminho para a Amazônia.

Muito se tem falado a respeito da Amazônia ao redor do mundo. Alguns querem tomá-la para si, outros querem destruí-la e absorver tudo o que ela pode oferecer. Porém, pouco se fala sobre a sua história e o que aconteceu ao longo dos anos.

Mas um arqueólogo, chamado de Eduardo Góes Neves, foi despertado a realizar um breve levantamento a respeito de sua história. Ele é também o diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (sigla MAE-USP).

Em sua busca por mais informações relacionadas à Amazônia, muita coisa foi encontrada, inclusive o fato de que a região foi povoada por mais de 8 mil pessoas, chegando a 10 mil há aproximadamente 8 mil anos atrás.

A história sob um novo ângulo

Abaixo há uma fala do arqueólogo durante uma entrevista. Confira o que ele afirmou:

“Ao contrário do que diz a cronologia oficial, que remonta o início da história do Brasil à chegada dos colonizadores europeus, em 1500, o território que compõe atualmente o país tem uma história muito antiga, de aproximadamente 12 mil anos.”

“A arqueologia descobriu que, nesse longo período, a Amazônia sempre foi uma região densamente povoada. Fragmentos de artefatos encontrados sob florestas supostamente virgens, geoglifos e a chamada terra preta são sinais importantes dessa encorpada presença humana na região”.

Em relação às evidências colhidas, havia diversas peças, do tipo cerâmica sofisticada, bem como estruturas geométricas construídas diretamente no chão. Já a terra preta foi formada devido aos assentamentos, que, hoje em dia, são considerados as áreas mais férteis.

Outras razões para acreditar nisso

1) Ação humana

Outras razões para crer que a descoberta é realmente verdadeira é devido à composição vegetal das matas. Na visão de Neves, não há uma mata virgem. Confira abaixo:

“A ideia, ainda muito difundida, de uma formação florestal virgem, intocada, não corresponde à realidade. As florestas amazônicas são produtos da ação humana. O manejo criou a composição de árvores que existe hoje”.

Isso porque há um número muito maior de espécies consideradas relevantes para a sobrevivência da economia, como no caso do açaí, do cupuaçu e do cacau.

2) Passado e futuro

Graças à pesquisa do arqueólogo, podemos perceber que há novas opções para aplicarmos no cenário atual, assim como feito no passado. Derrubar árvores e contaminar rios atrás de riqueza não é a única forma de fazer isso dar certo. Confira a opinião de Neves.

“O modelo atualmente dominante, que derruba árvores, queima a mata, esburaca a terra, contamina os rios e transforma a paisagem exuberante em uma terra desolada, não é o único possível.

É possível viver na  floresta sem destruí-la. E as populações que vivem desse jeito, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, são os grandes guardiães não apenas da floresta viva, mas também dos tesouros arqueológicos que ela esconde.”

Esse exemplo serve de exemplo para nós, pois, em um determinado período, a Amazônia conseguiu abrigar mais de 10 mil pessoas. Neves conta:

“Quando Santarém foi fundada, em 1661, havia nela 6 mil indígenas. Essa população era quatro vezes maior que a do Rio de Janeiro na época.”

Naquela época, não havia tanta destruição como há atualmente, e isso é uma clara evidência de que há outros meios, como mencionado anteriormente.

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