Agrotóxicos no prato: Anvisa revela alto risco em frutas e legumes consumidos diariamente

Estudo aponta concentrações perigosas de substâncias tóxicas em alimentos cotidianos.

Não é de hoje que o Brasil, um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, enfrenta uma preocupante realidade quando se trata da presença dessas substâncias em alimentos de consumo diário.

Um estudo realizado pela Anvisa revelou que frutas e legumes apresentam concentrações acima dos limites permitidos, com riscos significativos para a saúde pública.

Desafios na regulamentação brasileira

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos da Anvisa (PARA), em 2019, identificou que 23% das amostras analisadas ultrapassaram os limites de resíduos permitidos.

Agrotóxicos dispersados em plantações podem causar problemas à saúde da população – Imagem: AgroAdvance/Reprodução

Além disso, foram encontrados ingredientes ativos proibidos pela União Europeia, elevando as preocupações sobre a falta de regulamentação eficiente no Brasil.

O Brasil possui limites de resíduos (LMRs) estabelecidos pela Anvisa, que são superiores aos da União Europeia.

Isso levanta questões sobre a segurança dos alimentos consumidos no país, mesmo quando os resultados estão dentro das normas nacionais.

Lista de alimentos com concentração significativa de agrotóxicos

O PARA destacou diversas frutas e legumes com quantidades preocupantes de agrotóxicos. Entre os produtos, alguns alimentos de consumo diário pela população brasileira são:

  • Alface — 30 de 63 amostras continham substâncias acima dos limites;

  • Tomate — 35 de 88 amostras apresentaram problemas relacionados a agrotóxicos;

  • Cenoura — 40 de 91 amostras ultrapassaram os limites permitidos;

  • Goiaba — 42 de 53 amostras tiveram irregularidades;

  • Pimentão — 82 de 98 amostras continham substâncias proibidas ou acima do limite.

Desafios do ‘Projeto de Lei do Veneno’

O ‘PL do Veneno’, que flexibiliza as regras de aprovação e comercialização de agrotóxicos, enfrentou resistência e, mesmo com vetos presidenciais, há preocupações sobre a possível revogação desses vetos pelo Congresso.

O risco da derrubada dos vetos levanta questões sobre o papel da Anvisa e do Ibama na regulamentação e aprovação de tais substâncias.

A sociedade civil e ambientalistas estão atentos à análise dos vetos pelo Congresso, destacando a importância de manter o poder da Anvisa e do Ibama na atual legislação para proteger a saúde da população e o meio ambiente.

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