A maior simulação científica do universo pode nos dizer como tudo começou

Projeto Flamingo pode mudar tudo o que sabemos sobre a origem do universo até então.

A origem da vida e o destino da humanidade no cosmos são duas incógnitas que se encontram entrelaçadas pelo próprio sentido de nossa existência.

A humanidade, apesar de estar ciente da existência abundante de planetas, galáxias, buracos negros e estrelas que povoam o vasto cosmos, ainda se depara com um conhecimento limitado sobre a imensidão do universo.

Diante desse cenário, desponta uma promessa de esclarecimento por meio de uma abordagem inovadora: o projeto Flamingo.

Tal projeto, cuja abreviatura em inglês significa “simulações hidroelétricas de estruturas em grande escala com mapeamento do céu para a interpretação de observações de próxima geração”, é impulsionado por um poder computacional de grande envergadura, capaz de simular bilhões de elementos do universo.

Saiba mais sobre o projeto Flamingo

Fonte: FLAMINGO Team/Virgo Consortium

Nos bastidores, uma das simulações mais imponentes em andamento envolve mais de 300 bilhões de partículas, com massa equivalente à de uma pequena galáxia, dispostas em um volume cúbico com bordas que se estendem por 10 bilhões de anos-luz.

Essas grandezas, praticamente insondáveis para a mente humana, representam um marco inédito para a ciência, prometendo desvendar mistérios sobre a origem de nosso universo.

Os resultados dessas pesquisas foram detalhados em três artigos distintos: o primeiro descreve o método, o segundo expõe as simulações e o terceiro apresenta descobertas sobre a estrutura do universo em matéria escura fria.

No âmbito das investigações, emerge o conceito de Tensão S8, usado como um dos parâmetros do terceiro artigo.

Essa medida, adotada por astrônomos para avaliar o grau de aglomeração da matéria no universo, é mensurada por meio de microrradiações, permitindo a compreensão do cosmos distante.

A habilidade de mapear vastas distâncias contribui para a obtenção de informações acerca do passado do universo. Adicionalmente, o valor de S8 pode ser determinado por simulações padrão de cosmologia.

Quando há discrepâncias entre as medições e as representações teóricas, surge a denominada tensão S8.

Essas medições desempenham um papel crucial na compreensão do impacto da matéria escura e comum no universo, incluindo sua disposição e influência na gravidade, tema de grande debate na comunidade científica atual.

“Embora a matéria escura domine a gravidade, a influência da matéria comum não pode mais ser negligenciada, uma vez que essa contribuição pode ser semelhante aos desvios entre os modelos e as observações”, afirmou Joop Schaye, líder da pesquisa e astrônomo da Universidade de Leiden.

Os próximos estágios dessa simulação têm o potencial de desvendar os movimentos e a disposição da matéria em regiões distantes, possibilitando a revelação de respostas sobre nosso passado.

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