Cometa raro que aparece a cada 50 mil anos desenvolveu uma terceira cauda
O cometa C/2022 E3 ZTF apresentou uma nova cauda em sua trajetória, e o fenômeno deve se manter até sua passagem pela Terra, no começo de fevereiro.
O prazo para o cometa C/2022 E3 (ZTF) passar próximo à Terra está chegando cada vez mais perto do fim. Segundo as expectativas, o visitante poderá ser visto no começo de fevereiro. Com sua movimentação pelo sistema solar, cientistas e astrônomos já estão de olho no cometa e em suas características.
Em suas últimas observações, foi identificado que o ZTF desenvolveu uma terceira cauda durante o percurso. Isso ocorreu porque durante seu avanço dentro do sistema solar, ao ser exposto à radiação solar e a outras temperaturas, as camadas de gelo começaram a derreter e se despedaçar, liberando uma trajetória de resíduos que se parece com uma cauda.
Assim, a exposição aos ventos solares e radiação libera os gases e poeira que, espalhados pela trajetória do cometa, se transformam em uma cabeleira primária que pode adotar a tonalidade verde ou cinza. Contudo, uma nova cauda foi produzida por C/2022 E3 (ZTF) ao se aproximar de Marte.
Durante sua aproximação de Marte, a quantidade de raios ultravioleta ao atingir o cometa ioniza qualquer fragmento de monóxido de carbono, criando algumas vezes uma segunda cauda na cor azul. Um detalhe importante é que a cauda de íons aponta para longe do sol, enquanto as partículas recém ionizadas seguem o percurso magnético dos ventos solares.
A descoberta desse fenômeno raro
Contudo, um evento raro aconteceu: uma “anti-cauda” surgiu apontando para o sol, sendo composta por partículas neutras maiores. A verdade é que essa ponta direcionada ao sol não passa de uma ilusão de ótica, que ocorre ao visualizar o cometa da posição em que a Terra está em relação ao C/2022 E3 ZTF.
Michael Jäger, editor do jornal diário Viena Kurier, é um astrônomo amador que fez a descoberta de um importante cometa em 2002. O achado recebeu o nome de 290P/Jäger em sua homenagem. Agora, o astrônomo fotografou o C/2022 E3 ZTF em sua passagem mais próxima do sol, onde identificou a rara mudança no cometa.
O esperado é que o cometa mantenha seu curso de forma natural e se aproxime da Terra pelos primeiros dias de fevereiro, e nessa condição atual, sua terceira cauda pode ficar ainda mais acentuada e visível. Atualmente, o fenômeno não está visível a olho nu, mas pode ser observado com as ferramentas corretas.