Filmes ou séries? Estudo mostra que ação de assistir é ótima para descansar o cérebro

Não há quem não saia esgotado de uma semana inteira de trabalho, estudo, deveres de casa e toda a agitação do cotidiano. Após esses momentos de muito esforço físico e mental, tudo o que a pessoa pode querer é relaxar e tirar um breve momento para descansar, recobrar as energias e seguir em frente.

Contudo, você pode fazer algo ainda mais prático para resolver isso. De acordo com um estudo realizado entre as universidades Pompeu Fabra (UPF), de Barcelona; ​​​​Oxford (Reino Unido); Buenos Aires (Argentina) e Aarhus (Dinamarca), no âmbito da Neurologia, descobriu-se qual a ação que mais permite ao cérebro relaxar.

O estudo ganhou publicação na revista científica Science Advances. Nela, afirma-se que, ao assistirmos a filmes, nosso cérebro:

“[…] transforma a maneira como sentimos e pensamos sobre outras situações da vida cotidiana.”

O experimento foi aplicado em 176 pessoas, usando dados de neuroimagem em alta resolução e grande escala.

Para completar o estudo, os participantes foram colocados para assistir a clipes de alguns filmes clássicos para analisar de qual forma o cérebro se reorganizava hierarquicamente durante a atenção empregada no ato de assistir ao filme.

Assistir a algo cobra menos da ação cerebral

De acordo com os resultados do estudo, o grupo de cientistas identificou que, ao assistir a filmes, é preciso menos esforço cerebral. Por sua vez, isso desenvolve maior descanso do que se a pessoa fosse fazer alguma prática casual de descanso.

Desse modo, foram construídos modelos completos da atividade cerebral ao assistir a filmes. Assim, a comparação mostra que há mais descanso do que o cérebro teria ao executar alguma outra tarefa de repouso ou atividade. Por conta disso, afirmaram que a:

“hierarquia do cérebro é mais plana ao assistir a filmes do que ao descansar ou realizar outras tarefas.”

O estudo apresentou que, de forma paradoxal, o ato de assistir a filmes induz o cérebro a descansar mais. Isso porque a dinâmica interna de assistir ao entretenimento audiovisual e a imersão que a narrativa fornece permitem que a pessoa “deslize” na história sem precisar se ocupar com os pensamentos que ocuparam o cérebro anteriormente.

Assim, por permitir a imersão em uma narrativa que envolva toda a atenção do espectador, o filme pode transmitir diversas sensações. Ao relaxar, quando se entrega para a experiência, o misto de sensações experimentado pela sessão acaba sendo mais lucrativa que outras formas de repousar, que podem ou não acabar remontando situações incômodas do dia a dia.

De acordo com um dos pesquisadores, o diretor do Centro de Cérebro e Cognição da UPF, Gustavo Deco:

“Este estudo traz novas e importantes informações sobre os mecanismos causais subjacentes a mudanças complexas na hierarquia do cérebro.”

O grupo ainda disse que o estudo abriu margens para entender como algumas práticas de atenção e imersão podem reconstruir a hierarquia cerebral e proporcionar maior ou menor ação de cálculo cerebral.